Os atores Olivia Hussey e Leonard Whiting abriram terça-feira um processo contra o estúdio de cinema da Paramount, acusando-o de exploração sexual infantil por uma cena de nudez no filme “Romeu e Julieta”, de 1968, quando ambos eram adolescentes.
A revista norte-americana especializada em cinema Variety anunciou que os protagonistas do filme vencedor de dois Óscares realizado por Franco Zeffirelli (1923-2019) deram entrada de uma ação judicial no Tribunal Superior de Santa Mónica, na qual acusam a Paramount de os explorar sexualmente e distribuir imagens de adolescentes nus.
O processo alega que o realizador italiano prometeu aos atores que o filme não apresentaria nudez e, em vez disso, usaria roupas íntimas na cena da cama necessária para a narrativa.
De acordo com os queixosos, dias antes das filmagens, Zeffirelli implorou a Hussey, de 15 anos, e a Whiting, de 16 anos, que atuassem nus com maquilhagem corporal, porque senão o filme iria falhar, e prometeu não fotografar ou publicar qualquer cena de nudez, falhando assim a sua promessa.
Atualmente com cerca de 70 anos, os dois atores estimam que o estúdio tenha arrecadado mais de 500 milhões de dólares com o filme e pedem uma indemnização de mais de 100 milhões (94 milhões de euros, cotação do dia), denunciando que desde a estreia ambos foram afetados emocionalmente e viram as suas ofertas de trabalho serem limitadas.
“Imagens de menores nus são ilegais e não devem ser exibidas”, disse o advogado dos atores, Solomon Gresen, à Variety.
A ação foi movida sob a Lei de Vítimas Infantis da Califórnia, que permite que sobreviventes de abuso sexual infantil apresentem ações civis e que temporariamente suspende o estatuto de limitações para reivindicações de abuso sexual de crianças mais velhas.
Em 2018, Hussey ainda defendeu a necessidade de nudez no filme durante a divulgação da sua biografia e que "não era grande coisa".
A atriz, que trabalhou com Zeffirelli também na minissérie "Jesus de Nazaré " (1977), acrescentava que embora ela e e Whiting fossem jovens, ambos eram veteranos do teatro e “estávamos muito conscientes”.
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