Após quase quatro anos, os filmes da Marvel regressarão aos cinemas chineses, anunciou o estúdio americano esta quarta-feira, para alegria dos fãs do segundo maior mercado de exibição do mundo.
Os filmes de super-heróis da Marvel, extremamente populares no país asiático, estão longe dos grandes ecrãs desde o lançamento de 'Homem-Aranha: Longe de Casa", em julho de 2019, que arrecadou o equivalente a quase 200 milhões de dólares.
Por razões oficiosas diversas, nenhum filme da fase 4 da Marvel recebeu autorização de estreia: "Viúva Negra" (pela representação do fim da União Soviética), "Eternals" (por declarações antigas polémicas da realizadora Chloé Zhao), "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis" (por declarações antigas do protagonista Simu Liu sobre a China como "país do Terceiro Mundo"); "Homem-Aranha: Longe de Casa" (pela presença predominante da Estátua da Liberdade na última parte); e "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" (pela presença da personagem América Chavez, filha de um casal lésbico, e uma imagem muito breve de um jornal em que aparece na capa uma referência a Taiwan).
Embora não façam parte do Universo Cinematográfico Marvel, também foram excluídos no mercado chinês "Venom: Tempo de Carnificina" (depois do primeiro filme ter arrecadado mais de 269 milhões em 2019) e "Morbius", filmes de super-heróis ligados ao Homem-Aranha produzidos pelo estúdio Sony.
Anualmente, a China só autoriza o lançamento de algumas das inúmeras longas-metragens estrangeiras.
Em julho de 2022, após a exclusão de "Thor: Amor e Trovão", com membros da indústria de cinema tanto dentro como fora do país a apontarem como razão possível a aparição de personagens LGBT como o "Rei Valquiria" (Tessa Thompson) e o extraterrestre Korg (com a voz do realizador Taika Waititi), a revista The Hollywood Reporter (THR) avançou que parecia existir um esforço deliberado das autoridades chinesas para reduzir a popularidade da Marvel no país, após um idílio inicial que até passou pela rodagem de cenas específicas para as versões chinesas dos filmes.
Com a esperança de obter uma autorização permanente no vasto mercado chinês, os estúdios americanos ocasionalmente fazem cortes de cenas consideradas muito violentas, ousadas, perturbadoras ou politicamente sensíveis pelas autoridades.
A Marvel Studios, propriedade da Disney, anunciou na terça-feira o lançamento de "Black Panther: Wakanda Para Sempre" nos cinemas chineses no dia 7 de fevereiro.
Dez dias mais tarde, será a vez de "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", no lançamento mundial do filme mais recente do estúdio.
Os cinemas, como outros locais de entretenimento, foram os primeiros a fechar na China durante a pandemia de COVID-19.
As salas reabriram com uma limitação drástica do número de espectadores para evitar a contaminação. Porém, a retirada das restrições sanitárias no final do ano passado marcou um retorno gradual à normalidade no país e às salas de cinema.
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