James Bond passar a 'Jane Bond' e interpretado por uma atriz é uma ideia que tem vindo a ser defendida por alguns fãs e mesmo dentro de Hollywood, mas afinal, está longe de ser original.
De facto, o primeiro produtor a ter os direitos para fazer um filme com o famoso agente secreto pensou nisso nos anos 1950, revela um novo livro sobre o escritor Ian Fleming.
“Ian Fleming: The Complete Man”, da autoria de Nicholas Shakespeare, publicado esta terça-feira e citado pelo IndieWire, confirma uma história antiga contada pelo argumentista Lorenzo Semple Jr. de que o produtor Gregory Ratoff e ele achavam que era necessário fazer essa mudança porque a personagem era 'inacreditável e estúpida'.
Depois de comprar a Ian Fleming os direitos de "Casino Royale" em 1955, o livro também relata que era mesmo verdade que o produtor pensou em Susan Hayward, uma célebre atriz de cabelo ruivo daquela década, já com cinco nomeações aos Óscares (ganhou em 1958), embora nunca tenha feito uma proposta.
Já as ideias de 'casting' do escritor iam desde Richard Burton (‘seria de longe o melhor James Bond’) a James Stewart (‘Não me importava nada que ele fosse Bond se pudesse anglicizar um pouco o seu sotaque') e até James Mason (‘Talvez tenhamos que nos contentar com ele’).
O agente do escritor disse a Nicholas Shakespeare que se pensaram em '20 ou 30' atores, mas nenhum dos que tinha 'nome' se queria comprometer para lá de um filme: Peter Finch, Cary Grant, Dirk Bogarde, Trevor Howard, Rex Harrison, Richard Todd, Michael Redgrave, Patrick McGoohan, Richard Johnson e até... Roger Moore.
Foi já com os produtores Albert R. Broccoli e Harry Saltzman e a pensar na produção de outro livro, "Dr. No" (1962), que se chegou a Sean Connery, uma escolha lamentada por Fleming.
O seu agente conta que ele ficou 'chocado' quando conheceu o ator escocês 'porque não conseguia falar inglês com o sotaque apropriado'.
E recorda o desabafo: "Connery não tem nada a ver com a minha ideia de Bond! Eu só quero um homem elegante, não este brutamontes".
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