«A nossa amada mãe Lynn Rachel morreu em paz após sete anos de batalha contra o cancro da mama. Ela viveu, amou e trabalhou mais que nunca. As memórias sem fim que nos deixou como mãe, avó, escritora, actriz e amiga permanecerão connosco para o resto das nossas vidas. A nossa família pede privacidade neste momento difícil». Foi este o comunicado enviado à imprensa pelos filhos da actriz britânica
Lynn Redgrave, que faleceu ontem, 2 de Maio, aos 67 anos, vítima de cancro da mama, que combatia há sete anos. Um mês antes, morrera o seu irmão Corin Redgrave, também vítima de cancro, e cerca de um ano antes falecia a sua sobrinha
Natasha Richardson, na sequência de um acidente de esqui.
A actriz era membro destacado da família Redgrave, uma dinastia de actores em que brilhava o seu pai
Michael Redgrave e em que sobressai ainda a sua irmã
Vanessa Redgrave. Com uma carreira menos fulgurante que esta última, Lynn dividiu o seu percurso entre o cinema, o teatro e a televisão. Mesmo não tendo deixado na Sétima Arte os seus trabalhos mais memoráveis, deu a todas as suas prestações no cinema o cunho indesmentível de uma grande senhora da interpretação.
A chegada ao grande ecrã deu-se logo pela porta grande, com
«Tom Jones, Romântico e Aventureiro», que conquistou o Óscar de Melhor Filme em 1963. Seguiram-se outros papéis secundários nas fitas
«Girl with Green Eyes» e
«Duas Plateias para a Morte» até ganhar a titularidade em 1966, no filme
«Georgy Girl», que lhe valeu a nomeação ao Óscar de Melhor Actriz.
Seguiu-se uma intensa carreira teatral, na qual trabalhou com todos os grandes nomes do teatro britânico da época (
Laurence Olivier,
Noel Coward,
Michael Crawford, entre outros), enquanto ia mantendo um pé no cinema em prestações geralmente secundárias em filmes como
«O ABC do Amor» e
«The Big Bus».
A meados dos anos 90, Lynn Redgrave regressou mais em força à Sétima Arte, com filmes a que os espectadores não ficaram indiferentes, arrancando logo com oscarizado
«Shine - Simplesmente Genial» em 1996. Dois anos depois, com
«Deuses e Monstros», recebia uma nomeação ao Óscar de Melhor Actriz Secundária pelo papel da empregada irascível de James Whale. Seguiram-se fitas tão diversas como
«Spider»,
«Peter Pan»,
«Relatório Kinsey» e a comédia
«Louca por Compras», além de participações em séries televisivas como «Betty Feia», «Lei e Ordem» e «Donas de Casa Desesperadas».
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