Intitulada "Was ist das Kind so schön" ("Que Linda é a Menina"), o espetáculo, que será apresentado até 14 de dezembro, é inspirado nas obras de Paula Rego e nos contos tradicionais dos irmãos Grimm, num projeto que reinterpreta "A Branca de Neve" e "O Capuchinho Vermelho".
Explorando narrativas femininas de opressão e resistência, a peça questiona o público com um dilema que foi colocado nas redes sociais e se tornou viral, segundo a produção: “Preferias estar sozinha na floresta com um homem ou um urso?”.
A pergunta pretendia levantar a questão do medo e da violência de género em contextos contemporâneos.
A narrativa da peça conjuga humor, crueza e referências culturais, como a canção "Medo", da fadista Amália Rodrigues, cenas do filme "Titanic", do realizador James Cameron, e músicas de Lana Del Rey.
Na peça, “a floresta é uma analogia para todos os lugares que, nos nossos dias, são perigosos para uma mulher sozinha: a rua, um bar, um uber, uma discoteca e, no limite, a sua própria casa”, segundo o texto de apresentação da obra.
As protagonistas do espetáculo vivem isoladas na floresta, onde recriam narrativas conhecidas, como princesas e bruxas, para lidar com os seus traumas, numa ação que se desenrola em redor do público, também tornado parte da experiência.
Nesta nova criação, Teresa Coutinho cria um diálogo entre teatro, música, artes visuais e o universo de Paula Rego, evocando imagens vivas, através de figurinos criados por Mariana Sá Nogueira e sonoplastia de Surma, além de colaboração criativa de Rafael Gomes.
O elenco - que será composto por atrizes do Theater Basel, como Alina Schmidli, Lucy Wirth, Jazmin Etezadzadeh e Antoinette Ulrich - irá atuar a 29 e 30 de novembro no Theater Basel e, entre 6 e 14 de dezembro, no Kunstmuseum Basel.
Teresa Coutinho, nascida em 1988, é atriz, dramaturga e realizadora, já colaborou com dramaturgos e encenadores como Christiane Jatahy, Tim Crouch, Emilie Rousset, Rogério de Carvalho e Tiago Rodrigues, além de ter dirigido projetos como "Peço a Palavra" (2023) e "Sem Medo" (2023).
Comentários