
Publicada no domingo e subscrita por quase mil artistas, a petição afirma: "Enquanto homens e mulheres da cultura e da arte em Israel, vemo-nos, contra a nossa vontade e os nossos valores, cúmplices – enquanto cidadãos israelitas – da responsabilidade pelos horríveis acontecimentos que estão a ocorrer na Faixa de Gaza", devastada pela guerra e pela fome.
"Apelamos a todos os envolvidos na elaboração e execução desta política que parem! Não deem ordens ilegais e não as cumpram! Não cometam crimes de guerra! Não abandonem os princípios da moral humana e os valores do judaísmo! Parem a guerra. Libertem os reféns", clamam os signatários.
Mas o ator e cantor Idan Amedi, que faz parte do elenco de "Fauda", da Netflix, criticou duramente o abaixo-assinado e acusou os seus autores de disseminarem "notícias falsas".
"Entrem num túnel por um momento. Mesmo que seja para combater apenas por um dia, como fazem dezenas de milhares de reservistas, e depois, sigam em frente, assinem petições", publicou Amedi nas redes sociais. O ator ficou gravemente ferido em combate, em janeiro de 2024, enquanto lutava contra o Hamas em Gaza como reservista.
"Não existe nenhum outro exército no mundo que opere numa zona tão densamente povoada com tão poucas baixas civis como o nosso", acrescentou o artista. "Em cada casa em Gaza há propaganda antissemita", completou.
O ministro da Cultura de Israel, Miki Zohar, elogiou Amedi e a atriz Moran Atias, que também criticou a petição, destacando a sua "lucidez e patriotismo".
Entre os signatários estão os escritores Zeruya Shalev e Etgar Keret, as cantoras Ahinoam Nini (Noa) e Hava Alberstein, o coreógrafo Ohad Naharin (Companhia Batsheva) e os cineastas Nadav Lapid e Shlomi Elkabetz.
O texto também foi assinado pelo escritor David Grossman, que descreveu como "genocídio" a situação em Gaza, numa entrevista publicada a 1 de agosto no jornal italiano La Repubblica.
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