A pacífica comunidade estival da ilha Amity está a ser aterrorizada: há algo a atacar os banhistas. Já não se pode gozar o Sol e o mar como antes e o medo que se está a alastrar está a afetar o número de turistas que normalmente são atraídos à ilha. Um biólogo marinho (Richard Dreyfuss) junta-se ao chefe de polícia (Roy Scheider) e a um caçador de tubarões (Robert Shaw) numa perigosa missão para eliminar um enorme tubarão-branco que ameaça a comunidade.

Foi a 20 de junho de 1975 que estreou "Tubarão", o início de uma revolução que mudou a indústria de Hollywood para sempre: lançou definitivamente o acontecimento do "grande filme de verão", estreado ao mesmo tempo em muitas salas e apoiado por uma forte campanha de promoção, em que a televisão se revelou como o principal elemento: arrecadou mais de 260 milhões de dólares nas bilheteiras, o equivalente, ajustado à inflação, a mais de mil milhões de dólares na atualidade, o que nenhum filme consegue fazer no mercado americano (o primeiro "Avatar", por comparação, conseguiu 'apenas' chegar aos 760 milhões em 2009-10).

Passados exatamente 50 anos, o realizador Steven SPielberg fez uma sessão especial do seu primeiro sucesso comercial, que venceu os Óscares de Melhor Fotografia, Som e, claro, Banda Sonora (de John Williams).

"Tubarão"

Presente na inauguração a 26 de junho de uma sala de cinema com o seu nome dentro da Universal Studios e de uma exposição da sua carreira dentro do estúdio, o cineasta respondeu negativamente quando a publicação Deadline lhe perguntou se ainda via os seus filmes.

"Vi o 'Tubarão'. Não vejo os meus filmes, mas estava sozinho, não tinha ninguém comigo, e passei uma cópia realmente boa do 'Tubarão' a 20 de junho", contou.

Mas a escolha teve outra razão, já que o lançamento naquele mesmo dia em 1975 foi um grande alívio para os envolvidos na produção, que foi um caos: a rodagem durou 159 dias em vez dos 55 previstos, graças a tubarões mecânicos que avariavam sistematicamente (este não era o tempo dos efeitos criados por computador) e as dores de cabeça de filmar no oceano (agora é tudo feito em grandes tanques), numa sucessão de desastres que fez o orçamento duplicar.

"Queria ver no dia da estreia original e ver se conseguiria chegar ao fim sem reviver os pesadelos de fazer o filme. E devo dizer que, quando cheguei ao fim, foi a primeira vez que alguma vez vi 'Tubarão' como espectador, não como cineasta", revelou.

O jornalista perguntou-lhe então como foi.

"Gostei!", foi a resposta simples e entusiástica.