O espetáculo inaugura com o instrumental de “Dia de Comemorar”, ainda antes da entrada de Seu Jorge em palco. No alinhamento seguem-se temas como “Mina do Condomínio”, “Te queria” e “Sim mais”. Já a noite está lançada e Seu Jorge ovaciona o Porto e agradece pela presença, rematando com uma «enorme felicidade por estar aqui. Fazia tempo. Que a gente esteja sempre junto».

E juntos continuamos, ao som de “Sábado à Noite”, “Batuque”, “Gente Boa se Atrai” e “Carolina”. O espetáculo segue a um ritmo alucinante e envolvente, onde o samba, a MPB, o soul, o funk e o R&B se mesclam, para dar lugar a uma identidade sonora inconfundível que leva o público a acompanhar sequiosamente os temas, com braços no ar e um gingar de ancas.

A plateia conhece as letras das canções e não se coíbe de acompanhar o artista, em temas como “Shock” e “Quem não quer sou eu”, com o mesmo ânimo e a mesma leveza, ao longo de todo o espetáculo. A voz, profunda e única, de Seu Jorge é parte de uma equação maior, onde a celebração, a magia e o inebriamento “cantam” mais alto, criando momentos inolvidáveis.

créditos: Paulo Soares

Um dos pontos altos, depois de um instrumental muito bem conseguido, passa pela atuação do artista, sozinho em palco, acompanhado do seu violão, para cantar o poderoso tema “É isso aí”. A sala deixa de respirar por alguns segundos. Com uma voz envolvente e um tema muito especial, o público silencia-se para ouvi-lo cantar, num momento marcante.

Seguem-se um par de temas emblemáticos até que se “feche a cortina”, com uma enorme ovação da sala, às quase duas horas de boa música.

Seu Jorge e a sua banda haveriam de regressar, com os grandes sucessos na algibeira. Foi ao som de “Felicidade”, “Amiga da minha mulher” e “Burguesinha” que o cantor encerrou um espetáculo grandioso, feliz e emblemático. Numa gigante celebração da música brasileira, o carismático e enérgico anfitrião sabe como entreter e cativar o seu público, do primeiro ao último acorde.