O guionista e produtor Bryan Cogman foi responsável por 11 episódios de "A Guerra dos Tronos", da HBO, tendo vencido quatro Emmys. Ao seu lado na produção "Zorro", o showrunner terá Gary Marsh, John Gertz e o protagonista, Wilmer Valderrama.
Em desenvolvimento desde o final de 2021, a série vai acompanhar uma história semelhante à contada na série dos anos 1950, com Diego de la Vega (Wilmer Valderrama) de regresso à cidade El Pueblo de Los Angeles após uma tragédia familiar.
Luta do mascarado contra a injustiça começou há mais de 100 anos
Zorro tornou-se um ícone tão famoso da cultura pop quanto Tarzan ou o Super-Homem.
Após a sua primeira aventura, "The Curse of Capistrano" [A Maldição de Capistrano], que foi lançada na revista "pulp" californiana All-Story Weekly, Johnston McCulley escreveu outras 60 histórias, fazendo de Zorro um dos primeiros heróis de capa e espada da literatura americana.
Foi nos ecrãs, porém, no grande e no pequeno, que o justiceiro mascarado ganhou notoriedade.
Antes do Zorro
Para criar a sua personagem, McCulley inspirou-se num mexicano a meio caminho entre o bandoleiro e o patriota, que vivia na Califórnia do século XIX, em pleno período da febre do ouro: Joaquín Murieta, que defendia os ameríndios perante os "gringos".
O poeta chileno ganhador do Prémio Nobel da Literatura Pablo Neruda dedicou-lhe a sua única obra de teatro.
Outra figura que inspirou McCulley foi "Pimpinela Escarlate", a história sobre um justiceiro inglês que atuou durante a Revolução Francesa e foi criado no início do século XX pela escritora Emmuska Orczy, uma britânica de origem húngara.
A história
Don Diego de la Vega, um jovem aristocrata de origem espanhola e com a aparência de estudante inofensivo, sentia-se revoltado com os poderosos corruptos e cruéis que abusavam do povo humilde de Los Angeles e arredores.
Para defender os fracos e oprimidos, resolve transformar-se no Zorro (raposa, em castelhano), vestindo-se totalmente de preto e escondendo a sua identidade por trás de uma máscara que mostra apenas os seus olhos e o seu fino bigode.
Os seus aliados são o fiel Bernardo, o mordomo que é mudo e finge ser surdo para melhorar a condição de escudeiro do patrão, e também Tornado, o seu inteligente cavalo negro.
A outra personagem recorrente é o robusto sargento Demetrio López García, um pretenso inimigo que é mais simpático do que perigoso.
Série mítica
Mas foi a série de televisão da Disney, com 78 episódios gravados entre 1957 e 1961, que fez Zorro ganhar popularidade a nível internacional.
O ator Guy Williams, com o seu 1,90m de altura, sorriso cativante e esgrimista na vida real, foi o escolhido para encarnar o justiceiro hispânico na série, que, em 1992, foi colorizada.
Era ele mesmo, e não um duplo, que fazia os duelos de espada, mesmo quando estas eram reais.
"O dia das lutas era a sexta-feira. Assim, caso houvesse algum problema, teria algum tempo para me recuperar de um ferimento", contou o ator numa entrevista na época.
A assinatura de três traços com a espada para formar a letra "Z", de Zorro, era a marca registada da série.
Novas produções protagonizadas pelo Zorro foram filmadas na Colômbia e nas Filipinas e vendidas para quase 100 países.
Estrela de cinema
No cinema, houve mais de 50 Zorros, incluindo paródias e versões eróticas.
Além de Antonio Banderas, as mais conhecidas foram interpretadas pelos galãs Douglas Fairbanks (1920), Tyrone Power (1940) e Alain Delon (1975).
O criador de Batman, Bon Kane, assegurou que o filme mudo "O Sinal do Zorro" (1920), com Fairbanks, o influenciou bastante para o seu super-herói. Tornado serviu, inclusive, de inspiração para o Batmóvel.
As bandas desenhadas, a música e os jogos de vídeo também exploraram ao máximo a imagem de Zorro e desde 2012 que se fala de um novo projeto para o cinema com o ator mexicano Gael García Bernal.
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