A primeira temporada de "Loki" chegou ao fim no passado dia 14 de julho, no Disney+, mas não se despediu sem dar boas notícias aos fãs: durante a cena adicional a meio dos créditos do último episódio, a produção confirmou que a série vai contar com uma segunda temporada.
Para já, quase ou nada se sabe sobre os próximos episódios da série protagonizada por Tom Hiddleston. Mas, nas redes sociais, milhares de seguidores da produção do Universo Cinematográfico Marvel esperam que Richard E. Grant se junte ao elenco - o ator participou em apenas um episódio da primeira temporada, para interpretar o Loki clássico, uma das muitas variações da personagem principal apresentadas na série.
Depois da estreia do quinto episódio, aquele em que o ator participou, o SAPO Mag esteve à conversa com o britânico, que conta com uma longa carreira no cinema e na televisão, tendo participado em produções como "A Guerra dos Tronos", "Downton Abbey", "Doctor Who", "Gosford Park" ou "Star Wars: Episódio IX - A Ascensão de Skywalker".
"Falei com o Tom Hiddleston sobre trabalhamos juntos porque temos um penteado parecido, ele também é alto e magro. Por isso, temos um corpo parecido e falámos sobre a possibilidade de poder fazer de pai dele ou de alguém da família dele. Brincámos com isso durante anos. Por isso, quando fui escolhido para fazer o Loki clássico, fiquei muito entusiasmado e espantado", começou por brincar o ator em conversa com vários meios europeus.
"O Tom tem um conhecimento enciclopédico dos mitos nórdicos, particularmente sobre o Loki", sublinha Richard E. Grant, acrescentando que o protagonista se "entregou completamente à personagem". "Ele é como uma Wikipédia ambulante e falante e ajudou-me a preparar-me", elogia o britânico de 64 anos.
"Fiquei um pouco triste por não me terem dado os músculos"
Para se preparar para o papel na série, o ator revisitou as bandas desenhadas originais da Marvel. "Fui ver as primeiras ilustrações da personagem de Jack Kirby, dos anos 1960. Quando as vi, fiquei um pouco triste por não me terem dado os músculos daquele fato. Queria ter aquele fato com músculos e pensei que o ia ter", graceja.
"Não é, certamente, o fato mais confortável do mundo. O capacete com chifres enormes era muito pesado e apertado. Por isso, ficava muito agradecido quando conseguia tirá-lo durante as pausas. Mas, como ator, acabas por te habituar a tudo, mesmo que tenhas de usar leggings verde e ficar parecido com o Sapo Cocas", brinca.
Ao SAPO Mag, Richard E. Grant revelou ainda que o "guião dizia tudo o que era suposto fazer no episódio". "Como já disse, fiquei triste porque não tinha músculos, não me foram dados grandes músculos para esta personagem tal como nas ilustrações. Por isso, tive de trabalhar muito para acreditar que, possivelmente, este Loki era tão velho que os músculos desapareceram. Meti isso na minha cabeça", explica o ator, entre risos.
Já sobre as gravações do episódio, Richard E. Grant recorda que se juntou ao elenco durante a pandemia. "Tive de ficar em quarentena durante duas semanas. Filmámos em alguns estúdios em Atlanta e, de 15 em 15 minutos, tinham de abrir o estúdio todo, as pessoas tinham de sair durante cinco minutos e éramos testados todos os dias", conta.
"Era um processo rígido, mas tinha um lado positivo: sabia sempre que começava a gravar às oito da manhã e que ia terminar às seis da tarde. Evitámos dias cansativos de 18 horas", sublinha.
"Não [é muito diferente gravar uma série ou um filme]. Não sei quanto custa uma série como 'Loki', mas dá para ter uma ideia pela quantidade de técnicos ou pelo tamanho dos sets, que eram do tamanho de um estádio de futebol. Quando vês a equipa dos efeitos especiais ou as câmaras, não percebes que há diferença comparando com gravações de um filme de 'Star Wars', por exemplo. Percebes que há muito dinheiro, tempo e paixão investida no projeto", defende.
O efeito "Loki" nas redes sociais
Quando aceitou o desafio para participar em "Loki", o ator não imagina o alcance que teria a sua personagem. "Quando estávamos a filmar, Tom Hiddleston disse-me: 'Não fazes ideia do impacto que filmar um episódio pode ter'. Disse-me que não conseguia descrever o que iria acontecer e não o levei a sério. Pensei: 'Bem, é um episódio, é o 'Loki velho', o que pode acontecer?'. Mas desde que saiu o episódio, as minhas contas no Instagram e no Twitter ganham um número de seguidores surpreendente", conta o ator. "A paixão que as pessoas sentem por estas personagens é tão intensa e não fazia ideia que ia tão longe. Sou mesmo fãs de muitas coisas e, por isso, entendo o que as pessoas sentem por estas personagens", acrescenta.
A popularidade do papel interpretado por Richard E. Grant tem inspirado várias teorias e muitos fãs pedem um spin-off sobre o Loki clássico. "Isso seria extremamente inesperado, ninguém me falou sobre isso, não sei. Vamos ver se estas dicas chegam aos ouvidos dos produtores", brinca o ator.
Na conversa, o britânico defendeu que o que torna um 'Loki Loki' é o facto de se reinventar constantemente. "A verdadeira essência do Loki é que, quando pensamos que podemos controlá-lo ou compreendê-lo, ele foge e reinventa-se. Acho que é uma boa qualidade, mas pode ser frustrante ao mesmo tempo. É como se pensasses que conheces alguém muito bem, mas um dia ouves algo sobre ele ou descobres que fez algo que completamente diferente do carácter que pensas que tem... E pensas: ah, pensei que o conhecia, mas não o conhecia mesmo'. É isso que caracteriza o Loki com homem... ou como mulher... ou com o quer que seja, com qualquer género fluído", defende o ator.
Veja o trailer da primeira temporada de "Loki":
"Loki" é a terceira série do Universo Cinematográfico Marvel na plataforma de streaming da Disney, sucedendo à aclamada "WandaVision", que recebu 23 nomeações para os prémios Emmy na terça-feira, e "O Falcão e o Soldado de Inverno".
A primeira temporada da série centrou-se numa variante temporal em que o deus nórdico e meio-irmão de Thor não assistiu aos acontecimentos de "Thor: Ragnarok" ou "Vingadores: Guerra do Infinito".
Em "Vingadores: Endgame" vimos esta variação de Loki a pegar no Tesseract e a desaparecer. É precisamente depois desse momento que começou o primeiro episódio de "Loki", com a personagem a ser detida e levada para a "Autoridade da Variante Temporal", um organismo que controla as alterações em linhas temporais e previne a destruição do mundo, garantindo que o tempo volta a seguir o seu rumo pré-definido.
A série lançou atores estreantes nestas lides da Marvel, mas que foram muito elogiados: Owen Wilson, como Mobius, que desenvolve uma espécie de "bromance" com Loki; Gugu Mbatha-Raw, como Ravonna Renslayer, que, tal como Mobius, existia na BD, e Wunmi Mosaku, que interpreta a personagem Hunter B-15, criada especificamente para a série, uma dura agente da Autoridade da Variante Temporal.
O lançamento do primeiro episódio de "Loki" a 9 de junho bateu o recorde de visualizações nos EUA de todas as séries da Marvel no Disney+, avançou na altura a empresa medidora de audiências SambaTV.
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