A cena que marca o encontro entre Connor e Oliver no episódio piloto de "Como Defender um Assassino" foi excluída da emissão do canal público italiano, na passada sexta-feira.
A alteração não passou despercebida junto de muitos fãs e chegou a ser comentada por Peter Nowalk, criador da série norte-americana, e por Jack Falahee, um dos protagonistas da cena em causa. "Isto é de loucos", criticou o ator que encarna Connor na sua conta do Twitter, partilhando um vídeo que contrasta a sequência original e a versão censurada. "Acham mesmo que o público italiano não está preparado para a vida real? Até o Vaticano já começou a abrir os olhos", acrescentou.
Após mais reações de espectadores na rede social, a RAI 2, que emite a série, deixou um tweet no qual pedia desculpa pelo "excesso de decoro", comprometendo-se a disponibilizar uma versão não editada do episódio.
"A censura de qualquer tipo de amor não tem desculpa", tweetou também Shonda Rhimes, produtora executiva da série.
A diretora da RAI 2, Ilaria Dallatana, esclareceu aos meios de comunicação italianos que a alteração se deveu a um editor "com excesso de zelo". A responsável acrescentou ainda que "até controvérsias como esta podem ajudar-nos a caminhar na direção certa no futuro. Como foi demonstrado pela nossa nova programação, a RAI 2 está mais sensível às complexidades do mundo contemporâneo".
"Como Defender um Assassino" já tinha chegado à televisão italiana através do cabo, pela FOX, numa versão não editada. Apesar de ter cortado a cena de sexo gay, a emissão do canal público não censurou sequências de sexo heterossexual.
A censura da RAI a cenas de sexo homossexual não é novidade. O canal também foi alvo de queixas de espectadores, há anos, quando excluiu várias sequências do filme "O Segredo de Brokeback Mountain", de Ang Lee.
Comentários