“Casa Portuguesa”, que foi o primeiro espetáculo escrito e dirigido por Pedro Penim, enquanto diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II (TNDM), estará em cena no S. João até ao próximo dia 21, iniciando uma digressão que o levará a pelo menos mais oito localidades portuguesas no âmbito da “Odisseia Nacional”.
A subida da peça ao palco do Nacional do Porto constitui o arranque da programação do D. Maria em 2023 e acontece uma semana depois de, no Teatro Carlos Alberto, se apresentar o espetáculo “Tratado, a Constituição Universal”.
Enquanto as portas do D. Maria II, no Rossio, Lisboa, estiverem fechadas para obras estruturais, o TNDM percorrerá o país, do distrito de Vila Real ao de Faro, dos Açores à Madeira, numa programação que Pedro Penim disse à agência Lusa pretender que seja uma forma de “pensar as necessidades dos territórios”, extravasando a simples produção de espetáculos.
“Casa Portuguesa” conta a história ficcional de um ex-soldado da Guerra Colonial que vai conversando com os seus fantasmas, ao mesmo tempo que se vê confrontado com o declínio e a transformação do ideal de casa, família, país e do padrão da figura paterna, segundo a sinopse da peça.
“Um retrato do que foi, do que é e do que poderá ser (ou não ser) a célula familiar patriarcal por excelência, a casa, tendo como pano de fundo os acontecimentos recentes da nossa democracia e revisitando a mais dolorosa das feridas abertas da nossa história”, acrescenta a sinopse.
Vila Real (4 de fevereiro), Braga (dia 11), Caldas da Rainha (26 de maio), Castelo Branco (02 de junho), Guarda (9 de junho), Aveiro (17 de junho), Ponta Delgada (14 de julho) e Funchal (16 de setembro) são as datas já marcadas para a digressão da "Casa Portuguesa".
A “Odisseia Nacional” prevê quase duas centenas de espetáculos, em mais de 90 concelhos do país, no contexto da programação do TNDM 'fora de portas', expandindo-se em segmentos como "Atos", que assinala a primeira parceria entre o D. Maria e a Fundação Calouste Gulbenkian.
Entre as dezenas de iniciativas e espetáculos produzidos, coproduzidos ou acolhidos pelo D. Maria II, que estarão em circulação, contam-se “Lear”, de Shakespeare, “O misantropo”, por Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares, a partir de Molière, “A farsa de Inês Pereira”, com texto e encenação do diretor artístico do D. Maria II, Pedro Penim, a partir de Gil Vicente, e “Viagem por mim terra”, título inspirado em “Viagens na minha terra”, de Almeida Garrett, uma criação do ator, dramaturgo e encenador moçambicano Venâncio Calisto, residente em Portugal desde 2019.
Para a administração do TNDM e a direção artística, a "Odisseia Nacional" é uma visão de futuro para o D. Maria, que introduz um "paradigma de excelência", que não permitirá voltar atrás.
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