A Rússia aumentou na segunda-feira a sua lista de cidadãos norte-americanos cuja entrada no país está proibida, entre os quais os atores Sean Penn e Ben Stiller e mais 23, incluindo secretários e subsecretários governamentais e empresários.
“A proibição permanente de entrada na Rússia é imposta a um novo grupo de membros do Congresso dos Estados Unidos, altos responsáveis governamentais, empresários e especialistas, bem como a representantes da esfera da cultura (num total de 25 pessoas)”, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo em comunicado.
O MNE russo precisou que se trata de uma medida de resposta “às sanções contra cidadãos russos constantemente ampliadas pelo Governo do Presidente [dos Estados Unidos] Joe Biden”, por causa da invasão russa da Ucrânia.
Da lista, constam os nomes dos atores Sean Penn e Ben Stiller, que visitaram Kiev em abril e junho deste ano, respetivamente, e se reuniram com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Ambos declararam o seu apoio à Ucrânia, e Penn ameaçou inclusive destruir a sua estatueta do Óscar, prémio atribuído pela academia cinematográfica norte-americana, se esta não desse ao chefe de Estado ucraniano a oportunidade de intervir por videoconferência na cerimónia de atribuição dos prémios, anualmente vista por milhões de pessoas em todo o mundo.
Na lista negra de Moscovo foram igualmente incluídos a secretária do Comércio norte-americana, Gina Raimondo, os subsecretários do Comércio Matthew Axelrod, Don Graves, Thea Rozman Kendler e Jeremy Pelter, e ainda vários senadores democratas e republicanos, empresários e analistas políticos.
Os Estados Unidos, juntamente com a União Europeia, o Reino Unido, o Canadá e outros países, impuseram sanções à Rússia por esta ter iniciado há mais de seis meses uma ofensiva militar na Ucrânia, um Estado independente, que incluem tanto restrições a título pessoal como a proibição de negociar com empresas ou mesmo setores da economia russa.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções.
A ONU apresentou na segunda-feira como confirmados desde o início da guerra, que entrou no seu 194.º dia, 5.718 civis mortos e 8.199 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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