
O escritor Salman Rushdie diz estar "satisfeito" com a condenação de 25 anos de prisão, a pena máxima, imposta pela Justiça dos EUA a Hadi Matar, um americano de origem libanesa que o atacou com uma faca durante uma conferência em 2022.
"Estou satisfeito de que tenha recebido pena máxima e espero que a aproveite para refletir sobre os seus atos", declarou o autor anglo-americano de 77 anos, de origem indiana, em declarações à BBC na segunda-feira.
A 16 de maio, Hadi Matar foi condenado a 25 anos de prisão após ter sido declarado culpado de tentativa de assassinato e agressão.
A 12 de agosto de 2022, ele esfaqueou repetidamente o autor de "Os Versículos Satânicos", obra que em 1989 rendeu a Rushdie uma sentença de morte do Irão, que a considerou como blasfémia.
O escritor, um símbolo da liberdade de expressão, perdeu a visão do seu olho direito no ataque, sofreu um ferimento grave na laringe, teve o fígado e o intestino delgado perfurados e lesões nervosas no braço que o deixaram com paralisia numa das mãos.
A agressão ocorreu quando estava prestes a dar uma palestra para cerca de mil pessoas, durante uma conferência sobre a proteção da liberdade dos escritores em Chautauqua, uma cidade pacata na fronteira com o Canadá.
Ele foi salvo por pessoas que estavam no evento.
Rushdie relatou o incidente no seu livro “Faca – Meditações na sequência de uma tentativa de homicídio”, no qual imaginou uma conversa com o seu agressor.
Hadi Matar não declarou se foi inspirado pela fatwa [decreto religioso] lançada pelo aiatola Khomeini, então líder supremo do Irão.
Entretanto, disse à imprensa que apenas lera duas páginas de "Os Versículos Satânicos" e explicou que culpava o escritor por "atacar o Islão".
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