Em declarações aos jornalistas, na cidade da Praia, o chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, afirmou que “onde haja um cabo-verdiano”, no país ou na diáspora, “hoje está satisfeito”.

“Isto demonstra, de certo modo, que aquilo que o poeta Mário Fonseca escreveu, ‘o meu país é uma música’, se traduz hoje dessa forma excelsa que é ‘Morna, Património da Humanidade’”, afirmou Jorge Carlos Fonseca.

O género musical morna deverá ser classificado como Património Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), anunciou o ministro da Cultura de Cabo Verde, Abraão Vicente, aludindo à decisão a ratificar em dezembro.

"Caros cabo-verdianos, tenho a sorte, a honra e o privilégio de vos comunicar que hoje o comité técnico dos peritos da UNESCO aprovou o dossiê da morna a Património da Humanidade", escreveu Abraão Vicente, na noite de quinta-feira, na sua página pessoal no Facebook.

Na mensagem nesta rede social, o ministro adiantou que “a decisão será ratificada em dezembro”, na Colômbia, “mas a nação já pode celebrar: a morna já é Património da Humanidade".

“É uma grande vitória para os cabo-verdianos, é um motivo de festa para todos. Os cabo-verdianos que estão nas ilhas, os cabo-verdianos que estão nas comunidades no exterior (…) É sobretudo o reconhecimento que a cultura de Cabo Verde, nomeadamente a música e em especial a morna, constituem traços marcantes de uma identidade específica, própria, e que é motivo de orgulho para todos os cabo-verdianos”, acrescentou o Presidente da República.

Para Jorge Carlos Fonseca, este passo, que deixa a classificação da morna mais perto, é também, “num certo sentido”, um “fator de unidade e de coesão” para Cabo Verde.

“Mas nós não precisamos de estar a esgravatar para encontrarmos fatores de união. Há muita coisa que nos une, a própria existência de Cabo Verde, o percurso histórico e social de Cabo verde é um motivo de grande orgulho”, acrescentou, recordando que no Atlântico e fora das ilhas, os cabo-verdianos souberem, ao longo dos anos, “construir uma identidade própria”, sendo a morna um desses exemplos.

O chefe de Estado acrescentou que a previsível classificação da morna será ainda “estímulo interno” para os cabo-verdianos “divulgarem mais a cultura” do país.

Cabo Verde apresentou em março do ano passado a candidatura da morna a Património Imaterial da Humanidade, cuja decisão pública deverá ser conhecida entre 09 e 14 de dezembro, em Bogotá, Colômbia, durante a reunião do Comité do Património Cultural Imaterial da UNESCO.

O dossiê cabo-verdiano contou com colaboração do antropólogo Paulo Lima, especialista português na elaboração de processos de candidatura a Património Imaterial da Humanidade da UNESCO, como o fado, o cante alentejano e a arte chocalheira.

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