A defesa pediu ao juiz James Burke para não considerar os jurados em potencial que assistiram à sessão no tribunal esta sexta-feira.
O canto podia ser ouvido dentro da sala, segundo jornalistas que estiveram no julgamento.
Vestidas de preto e com lenços e gorros vermelhos, cerca de 60 mulheres de todas as idades fizeram a coreografia e cantaram a letra do hino feminista "Un violador en el camino" ("Um violador no meu caminho", em português), primeiro no seu idioma original, o espanhol, e depois em inglês.
"Espero que (Harvey Weinstein) ouça o hino e que a justiça seja feita às mulheres que foram vítimas do seu comportamento terrível e desagradável", disse uma das manifestantes, Sandy Nurse, ao Daily News, mesmo não tendo muita esperança de que o réu fosse condenado.
Em entrevista a NBC News, a manifestante Andrea Suárez disse que as pessoas que participaram no protesto queriam mostrar o seu apoio a todas as vítimas de violência sexual.
Criada no final de novembro de 2019 por quatro mulheres na cidade chilena de Valparaíso, a performance rapidamente se disseminou nas redes sociais e já foi cantada nas ruas de Londres, Bogotá, Buenos Aires e na Cidade do México, desafiando a cultura machista.
Desde outubro de 2017, quando o jornal americano The New York Times revelou várias acusações contra Harvey Weinstein, cerca de 90 mulheres, entre elas as atrizes Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, denunciaram o ex-produtor por assédio, agressão sexual ou violação.
Em Nova Iorque, Weinstein responde por agressões contra apenas duas mulheres: uma alegada violação ocorrida em 2013, e um alegado abuso sexual em 2006. Os outros casos já prescreveram.
Se condenado, o acusado enfrenta uma sentença máxima de prisão perpétua.
O julgamento, que começou na última segunda-feira, deve durar cerca de dois meses. O procedimento ainda está na fase de seleção do júri, e dezenas de mulheres já foram desconsideradas porque admitiram não poder ser imparciais ao decidir um veredito sobre o ex-produtor.
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