Este ano sob o tema "Exílio e Liberdade", a propósito das vivências da pintora e dos 50 anos da revolução do 25 de Abril, o museu, a casa-atelier e o Jardim das Amoreiras vão acolher um programa de atividades que receberá ainda uma feira de edição e produção gráfica independente, segundo o museu.
O período em que o casal de artistas Arpad Szenes e Vieira da Silva passou exilado no Rio de Janeiro, nos anos 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, será evocado através da poesia de Cecília Meireles e Murilo Mendes, fazendo a ligação aos 50 anos da Revolução dos Cravos, e aos "exílios que antecedem e acompanham o encontro e a construção da democracia".
O programa de atividades decorrerá entre as 10h00 e as 20h00, começando logo pela manhã com uma oficina de auto-publicação/fanzines com Sara & Antónia Santos, uma oficina de fabricação de cartazes com Edições da Ruína, e o espetáculo de marionetas "Maria Liberdade", de Manuel Costa Dias.
Haverá ainda a atuação do Coro da Achada e do Coro Voz da Terra, um concerto de guitarra portuguesa de Daniel Freire e convidados que irão interpretar canções de Alain Oulman, visitas guiadas à coleção da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, com Renato Santos, e à exposição da Casa-Atelier, com Daniel Nave.
Será exibido o filme "Ma femme chamada bicho" (1978), de José Álvaro Morais, e também uma antologia de filmes e conversa com o artista angolano Kiluanji Kia Henda.
Criado faz este ano três décadas, o Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva realizou mais de 300 exposições em Portugal e no estrangeiro que somaram dois milhões de visitantes, segundo dados da fundação responsável por este espaço que cobre um vasto período da produção de pintura e desenho dos dois artistas: de 1911 a 1985 para Arpad Szenes (1897-1985), e de 1926 a 1986 para Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992).
Em 1956, Arpad Szenes e Maria Helena Vieira da Silva, apátridas desde 1930, receberam de França a nacionalidade que o ditador português Oliveira Salazar lhes recusou.
O Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva foi inaugurado a 3 de novembro de 1994, num edifício da Praça das Amoreiras, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, e apresenta regularmente exposições com a obra do casal ou de artistas com os quais mantiveram amizade ou aos quais tiveram proximidade.
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