O líder da banda de rock Eagles, Don Henley, definiu-se esta segunda-feira (26) como vítima de extorsão, durante um julgamento em Nova Iorque contra três homens acusados de tentar vender uma centena de páginas de manuscritos roubados sobre o álbum “Hotel California”, de 1976.
O conteúdo era “fruto do nosso trabalho, as parvoíces que escrevemos antes de chegarmos à obra final, que foi o sucesso mundial 'Hotel Califórnia'", declarou o fundador, cantor e baterista dos Eagles, que faz uma digressão mundial de despedida.
“Não era para ser visto", acrescentou o músico de 76 anos.
À sua frente, no banco dos réus, estão três colecionadores: Craig Inciardi e Edward Kosinski, que estão a ser julgados por posse criminosa de bens roubados; e Glenn Horowitz, por tentativa. Todos afirmam que adquiriram legalmente as páginas.
O caso remonta ao fim da década de 1970, quando um escritor contratado pela banda de rock californiana para escrever a sua biografia recebeu os manuscritos, que nunca mais devolveu, o que Henley considera um roubo, embora a defesa argumente que o autor não está a ser julgado.
Segundo o procurador distrital de Manhattan, em 2005 o autor vendeu as páginas a Horowitz, um comerciante de livros raros, que as vendeu mais tarde a Inciardi e Kosinski.
Anos depois da separação da banda, o músico viu algumas das páginas aparecerem na internet, a primeira vez em 2012.
Após entrar em contacto com o seu advogado, acabou, ele mesmo, comprando-as, por 8.500 dólares. Era a forma “mais eficaz e prática de recuperar o que me pertencia", argumentou.
Outras páginas apareceriam em leilões nos anos seguintes, incluindo um lote de 13 páginas manuscritas para a música "Hotel California".
“Já me tinham extorquido uma vez”, disse Henley, que recorreu em 2016 ao gabinete do procurador de Manhattan, que apresentou acusações.
O julgamento deve durar vários dias.
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