
O juiz do caso que levou o antigo produtor de cinema Harvey Weinstein de volta ao banco dos réus declarou a anulação do julgamento da acusação de violação por divergências entre os membros do júri.
"As deliberações tornaram-se tão acaloradas que me vejo obrigado a declarar a anulação do julgamento da única acusação sobre a qual ainda não chegaram a um veredito", disse o juiz Curtis Farber ao júri na quinta-feira.
Na quarta-feira, o júri condenou Weinstein por agressão sexual contra a sua antiga assistente de produção Miriam Haley, que acarreta uma pena máxima de 25 anos, e absolveu-o da agressão sexual contra a ex-modelo Kaja Sokola.
Na quinta-feira, um membro do júri recusou voltar para deliberar sobre a acusação de violação contra a aspirante a atriz Jessica Mann em 2013.
O processo tem sido marcado por recorrentes problemas pessoais entre os membros do júri, sete mulheres e cinco homens: duas pessoas queixaram-se ao juiz sobre uma conduta "agressiva" de colegas.
O presidente do júri informou o juiz que não poderia continuar depois de receber ameaças.
Após o advogado de Weinstein, Arthur Aidala, pedir a anulação do julgamento devido às divergências entre os jurados, Weinstein dirigiu-se ao tribunal com uma voz autoritária: "Ouvimos ameaças, violência, intimidação... é a minha vida que está em jogo e sabem que mais? Não é justo. É simples. Não estou a ter um julgamento justo".
Os procuradores do Ministério Público já declararam que pretendem abrir um novo caso contra Weinstein pela acusação de violação. A próxima data marcada pelo tribunal é 2 de julho e poderá ser o início do processo para um novo julgamento no outono, antecipou o juiz.
O outrora todo-poderoso magnata de Hollywood, cuja queda deu origem ao movimento #MeToo, foi condenado em 2020 a 23 anos de prisão pela violação e agressão sexual de Mann e Haley, respetivamente.
No entanto, um tribunal de apelo de Nova Iorque anulou a condenação no ano passado devido a falhas processuais e exigiu um novo julgamento.
O fundador dos estúdios Miramax, de 73 anos, cumpre outra pena de 16 anos de prisão imposta por um tribunal da Califórnia por agressão sexual.
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