A Justiça francesa arquivou no final de dezembro uma queixa apresentada pela atriz Hélène Darras contra o ator Gérard Depardieu por agressão sexual durante uma rodagem em 2007, devido à prescrição dos factos, informou o Ministério Público (MP) de Paris esta segunda-feira (22).
Darras apresentou a queixa a 10 de setembro e o MP especificou na altura que, embora os factos estivessem prescritos, iria estudá-la para ver que curso de ação deveria tomar.
A atriz contou ao programa de investigação "Complément d'enquête", do canal France 2, que Depardieu a apalpou quando ela tinha 26 anos e atuava como figurante no filme "Os Reis do Disco" (2008), de Fabien Onteniente.
"Colocou a sua mão na minha cintura, nas minhas nádegas" e "disse-me claramente: queres vir ao meu camarim?", relatou a atriz, afirmando que "nada mudou", apesar de ela lhe ter dito "não". Ele continuou a apalpá-la.
Antes desta queixa, a Justiça acusou o gigante do cinema francês em dezembro de 2020 por agredir sexualmente a atriz Charlotte Arnould, que denunciou dois violações em agosto de 2018 na casa do ator em Paris.
Em dezembro passado, a jornalista e escritora espanhola Ruth Baza anunciou que apresentou uma queixa contra o ator de 75 anos por violação, acontecimentos que teriam ocorrido em Paris em 1995.
Além das queixas, a reportagem do programa "Complément d'enquête" gerou polémica com os comentários obscenos de Depardieu sobre uma menina de 10 anos na Coreia do Norte que andava a cavalo.
O caso Depardieu dividiu o mundo cultural francês.
Após a transmissão do programa, por exemplo, o presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou que o ator estava a ser objeto de uma "caça humana" e ofereceu o seu apoio a um "ator imenso" que fez a França sentir-se "orgulhosa".
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