O ator francês Gérard Depardieu, investigado desde 2020 por violação e agressão sexual contra uma atriz, repudiou, no domingo, as acusações contra ele e denunciou um "linchamento" realizado por um "tribunal mediático".
"Não posso mais consentir o que tenho ouvido e lido sobre mim nos últimos meses. Achava que não me importava, mas não. Tudo está a afetar-me", escreveu o ator, de 74 anos, em carta aberta, publicada no jornal Le Figaro.
O texto, em tom de poema, é a primeira reação da estrela do cinema francês desde que vieram à tona 13 novos testemunhos contra ele em abril, resultado de uma investigação publicada pelo Mediapart.
Nele, o ator ressalta que não é "nem um violador, nem um predador" e denuncia o "linchamento" de um "tribunal mediático".
"Jamais abusei de uma mulher", insiste Depardieu no texto, no qual faz alusão, sem citá-la, a Charlotte Arnould, a atriz que o denunciou por duas violações em 2018.
"Magoar uma mulher é como dar um pontapé no estômago da minha própria mãe. Uma mulher veio à minha casa pela primeira vez, com passo apressado, e subiu ao meu quarto por vontade própria. Agora, diz que foi violada. Ela voltou uma segunda vez", afirma.
"Entre nós nunca houve nem coação, nem violência, nem protestos", garante.
"Se ela estava possuída por algo, era por ela mesma, não por mim", prossegue.
Depardieu foi indiciado a 16 de dezembro de 2020 por "violações" e "agressões sexuais", após uma denúncia de duas violações feita pela atriz em agosto de 2018.
O ator também abordou as acusações de comportamentos incorretos na rodagem de filmes, escrevendo: "Muitas vezes fiz aquilo que outros não ousariam fazer: ultrapassar limites, abalar certezas, hábitos no set entre dois takes, entre duas tensões… para arrancar risos".
"Nem toda a gente riu. Se, ao acreditar em viver intensamente o presente, magoei, choquei alguém, seja quem for, nunca foi a minha intenção magoar, e peço-lhe que me desculpe por me comportar como uma criança que queria divertir-se num museu", acrescentou.
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