O Festival de Cannes baniu o ator francês Théo Navarro-Mussy da passadeira vermelha e da cerimónia de gala esta quinta-feira do seu novo filme por enfrentar acusações de violação e agressão sexual. E assim vai continuar até que o seu caso seja arquivado ou seja considerado inocente.

Trata-se da primeira decisão do género da organização devido a alegações de violência sexual.

O ator faz parte do elenco de "Case 137", um dos 22 títulos em competição pela Palma de Ouro. O seu realizador é Dominik Moll, que já concorreu ao prémio máximo do festival com "Harry, um Amigo Ao Seu Dispor" (2000) e "Lemming" (2005), e cujo filme anterior, "A Noite do Dia 12" (2022), triunfou nos César (os "Óscares franceses").

A organização do festival confirmou à publicação especializada The Hollywood Reporter que a decisão sem precedentes foi tomada pelo delegado-geral Thierry Frémaux, em concordância com os produtores do filme.

Conhecido no seu país pelo filme "Uma Profissão Séria" e as séries "Hippocrate", "Irrésistible", Théo Navarro-Mussy foi acusado por três ex-parceiras de "violação, violência física e psicológica". No mês passado, um tribunal rejeitou a queixa original, mas as alegadas vítimas anunciaram a intenção de avançar com uma ação civil.

Em entrevista ao 'site' Télérama, Frémaux justificou que o caso "continua em andamento" e que a proibição será suspensa se o caso for arquivado ou o ator considerado inocente.

Este responsável salientou ainda que os produtores que submetem filmes precisam garantir ao festival que a “segurança, integridade e dignidade” das pessoas envolvidas foram respeitadas “durante todo o processo de produção”.

“Devemos agir caso a caso, especialmente quando novos elementos surgem”, notou.