À agência Lusa, o diretor do monumento, Joaquim Ruivo, disse hoje que a exposição resultou de um contacto com outro artista romeno que já mostrou trabalho no mosteiro, Mircea Roman.
Segundo Joaquim Ruivo, Virgil Scripcariu ficou “encantado com o mosteiro”.
“Também vi a sua obra pública através de várias fontes e vi a sua obra pessoal e o prestígio que ele tem e proporcionou-se”, afirmou, considerando que a mostra “tem uma qualidade excecional e vai ocupar vários espaços do mosteiro e dar-lhe uma ambiência artística importante”.
O diretor daquele monumento nacional adiantou que uma das peças que Virgil Scripcariu vai apresentar foi “criada exclusivamente inspirada no mosteiro”, à frente do qual vai estar patente, e que “dá o mote à exposição, que se chama ‘Triunfo’, é o triunfo do bem sobre o mal, da luz sobre as trevas”.
Este responsável precisou que, além do exterior, as peças podem ser vistas também no Claustro Real e no Claustro Afonso V, “um percurso que, de algum modo, segue o do turista quando entra e sai no mosteiro”.
Virgil Scripcariu explicou à Lusa que Mircea Roman já expôs no monumento e quando viu essas imagens ficou muito impressionado.
“Após alguns anos, ele recomendou-me ao sr. Joaquim Ruivo, vim cá na primavera e ele propôs-me a fazer uma exposição aqui e estou muito feliz”, salientou Virgil Scripcariu.
Seis esculturas em bronze e duas instalações, uma das quais com grandes peças em cerâmica que são como “um manifesto contra a guerra”, compõem a mostra, referiu.
Sobre o tema da exposição, o escultor esclareceu que quando visitou este monumento Património da Humanidade teve um “forte sentimento” sobre o “bem e o mal” e o resultado em “toda a História humana”, pelo que a mostra foi construída sobre isso.
“Triunfo” tem como parceiros o Mosteiro da Batalha, o Instituto Cultural Romeno em Lisboa, a Embaixada da Roménia e a Associação Galeria Artep, na Roménia. É financiador Aurel Iancu.
De acordo com o instituto, “o artista propõe uma exploração visual semântica da eterna tensão entre o bem e o mal, com subtis nuances ideativas e personagens simbólicas”.
Virgil Scripcariu, de 50 anos, é licenciado em Belas Artes.
“Desde 2004, tem vindo a participar em exposições coletivas na Roménia e no estrangeiro, a realizar exposições individuais e a apresentar as suas obras em espaços públicos”, adiantou o instituto, assinalando que o artista “é um amante da escultura figurativa, que pratica livremente, mas também cria instalações de objetos com (uma) mensagem ecológica, social e espiritual”.
Faz parte da comunidade “A Roménia das Tradições Criativas”.
“Em 2006, mudou-se com a família para Piscu, uma antiga aldeia de oleiros, perto de Bucareste. Junto com a sua mulher, Adriana Scripcariu, historiadora de arte, lança um projeto de investigação e valorização do património cultural de Piscu”, salientou.
O Museu-Oficina Escola de Piscu, um polo cultural dedicado à cerâmica camponesa e às técnicas tradicionais, bem como à arte contemporânea, foi inaugurado em 2021. Virgil Scripcariu é o responsável pela iniciativa, coordenação do estaleiro de obras e pelo conceito da exposição.
O projeto foi um dos vencedores, em 2022, dos Prémios Europeus do Património Cultural/Prémios Europa Nostra, na categoria Educação, Formação e Competências
A mostra “Triunfo” pode ser vista até 1 de abril de 2025.
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