“Eu acho que a gente cumpre um resgate também, demonstrando que a democracia brasileira é forte, é perene, apesar de todas as tentativas” de a destabilizar, como foi o ataque aos edifícios que representam os poderes legislativo, executivo e judicial em Brasília, em 08 de janeiro, afirmou a governante, em entrevista à Lusa.
“Houve uma tentativa de golpe, mas a democracia prevaleceu e nós vamos lutar para cada vez mais se tornar distante essa possibilidade de uma ditadura no Brasil”, afirmou Margareth Menezes, que elogiou Buarque e o Presidente brasileiro, Lula da Silva, como dois exemplos do melhor que o país tem.
“O Chico Buarque é um artista e um cidadão que, para nós, tem uma representatividade muito alta”, pela “dimensão da obra dele, pelo que ele representa para o povo brasileiro para a democracia”, afirmou a ministra.
Buarque “foi um artista que sempre se envolveu e se colocou na luta a favor da democracia, nas suas obras, no momento da do tempo da ditadura”, tornando-se “num grande arauto, num dos grandes cidadãos brasileiros que se envolveu nessa luta”, disse.
Chico Buarque foi galardoado com o Prémio Camões em 2019 mas a cerimónia de entrega nunca se realizou depois de várias críticas feitas às políticas culturais do anterior Presidente, Jair Bolsonaro.
Hoje, quatro anos depois da atribuição do prémio, Margareth Menezes disse estar “honradíssima” por estar presente na cerimónia na qualidade de ministra da Cultura, já do Governo de Lula da Silva (esquerda), que retomou a Presidência a partir de janeiro, derrotando o candidato da extrema-direita.
“Para mim, assim, um momento de muita honra, é o Chico merece todas as homenagens, todos os reconhecimentos pela obra dele como autor de músicas mas também como escritor”, disse a ministra, que elogiou também o atual chefe de Estado brasileiro, que inicia hoje uma visita oficial de cinco dias a Portugal.
“O Presidente Lula é um político diferenciado no mundo pela história dele de vencer as coisas que já venceu”, afirmou a governante, referindo-se ao processo de corrupção em que foi inicialmente condenado.
Hoje Lula “é um político que está buscando um momento de paz para o mundo, trazendo um movimento a favor da paz”, num projeto “muito grandioso”, exemplificou a ministra, referindo-se à proposta de paz para a Ucrânia, com mediação internacional, acrescentou.
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