Dolph Lundgren tem uma mensagem clara para o tumor que enfrenta: "Se morrer, morreu".
Esta é, claro, a frase icónica da sua mais famosa personagem no cinema, o pugilista soviético Ivan Drago em "Rocky IV" (1985), após o combate de exibição que acabava de forma trágica mal a Apollo Creed.
O ator sueco de 65 anos e famosa lenda do cinema de ação das década de 1980 e 1990, que nunca deixou de trabalhar mesmo em filmes de segunda linha e viu a carreira recuperar precisamente com o regresso do antigorival de Rocky Balboa para "Creed II" (2018), revelou ao programa de entrevistas de longo formato "In Depth with Graham Besinger" que a sua luta começou com um diagnóstico de cancro do rim em 2015.
Uma operação coreu bem e Dolph Lundgren entrou em remissão, sujeito a consultas de vigilância a cada seis meses, permanecendo com boa saúde até 2020, quando um susto na Suécia levou a exames que revelaram que o cancro se tinha espalhado para novos tumores nos pulmões, coluna, fígado e estômago.
Seguiram-se mais operações para remover seis diferentes tumores, mas uma nova consulta revelou outro nos rins e muito mais preocupante: um exame PET Scan revelou que era do tamanho de um pequeno limão e, segundo o cirurgião, demasiado grande para operar.
A alternativa foi a terapêutica sistémica, como a quimioterapia, com o ator a revelar que sofreu efeitos secundários como diarreia e grande perda de peso, chegando ao ponto de pedir ao médico um prognóstico.
"Perguntei quando tempo é que tinha, acho que ele disse dois-três anos, mas percebi pela sua voz que pensava que era menos. Achei que não havia mais nada a fazer, com certeza", recorda durante um excerto da entrevista, que será exibida na totalidade ainda em maio.
Dolph Lundgren acrescentou que começou a olhar para a sua vida e fez um balanço positivo sem amarguras: "Vivi cinco vidas numa".
A reflexão também o fez admitir que recorreu a esteroides entre as décadas de 80 e 90, e pensar na possibilidade de isso ter contribuído para os seus problemas de saúde.
"Pensei sobre isso, pensa-se sempre que se cometeu um erro. Acho que talvez haja alguma ligação entre a terapia com testosterona e o cancro. Usava esteroides quando era mais jovem, intermitentemente durante talvez dez anos. Dependendo do tipo de filme que fiz", explicou.
Mas sem nada a perder, recorreu a uma segunda opinião de um oncologista na Califórnia, que descobriu uma mutação semelhante que é comum no cancro do pulmão e propôs um tratamento alternativo. Foi um sucesso, com o tumor a encolher 90%.
"Agora estamos no processo de retirar o tecido cicatricial que resta desses tumores. O prognóstico é que, com sorte, quando os médicos os retirarem, não haja cancro e os medicamentos que estou a tomar eliminem o resto", revelou.
No programa, o seu médico oncologista também falou sobre um novo prognóstico: "Espero que sejam anos. Não penso que sejam meses. A minha esperança e objetivo é tentar mantê-lo nesta medicação pelo maior tempo possível e [...] continuar a fazer biópsias conforme as coisas mudam no seu corpo para tentar identificar novos alvos para o tratamento".
Num outro excerto, Dolph Lundgren surge num hospital a dizer: "É um dia depois da minha cirurgia. Tiraram um tumor, depois tiraram outros dois que encontraram e outros três pequenos. Espero que esteja limpo. Se morrer, morreu".
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