Criada em 2018, a Bolsa Amélia Rey Colaço é uma iniciativa promovida pelo Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, A Oficina - Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, O Espaço do Tempo, em Montemor-o-Novo, e o Teatro Viriato, em Viseu, e destina-se a apoiar a produção de espetáculos de jovens artistas e companhias emergentes.
De acordo com a organização, em comunicado, “Corre, Bebé!” é um projeto multidisciplinar, que cruza performance e cinema, reunindo em palco Gaya de Medeiros e Ary Zara, para protagonizar uma performance de cerca de uma hora, que dará depois origem a uma curta-metragem de cerca de 15 minutos, filmada por Rita Quelhas.
A ação acompanha “uma mulher trans e um homem trans em torno das problemáticas de gerarem um bebé”.
Em declarações à Lusa, a atriz Gaya de Medeiros disse que o projeto questiona o que é ter filhos e constituir uma família no contexto climático e político atual e como esse facto simboliza “uma perspetiva de futuro”.
Congratulando-se por terem vencido a bolsa, Gaya de Medeiros explicou ainda que o projeto acontece em dois momentos: “O primeiro é performático, em que as pessoas participam e ajudam a criá-lo”, enquanto no segundo momento “assiste-se ao filme com pequenas cenas que foram filmadas e editadas durante o espetáculo” e que resultam num “filme curto de 15 minutos”.
“Mais do as crianças ou não, de gerar uma família, a nossa tentativa é, no meio desse mundo tão cinzento e violento, pensar como a gente pode adiar o nosso próprio fim do mundo”, frisou Gaya de Medeiros, acrescentando que o objetivo é “criar expectativas de dias um pouco mais interessantes para a gente e para quem está perto”.
“Corre, Bebé!” já tem apresentações marcadas, com estreia a 6 de junho de 2025, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, seguindo-se dia 13 de junho do próximo ano, no Teatro Viriato, em Viseu, de 27 de junho a 6 de julho, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, e dias 5 e 6 de setembro, n´O Espaço do Tempo, em Montemor-o-Novo, adiantou à Lusa.
Ary Zara e Gaya de Medeiros trabalharam em conjunto no espetáculo “Atlas da Boca” (que já passou por 14 países e vai ainda ao Luxemburgo e à Finlândia) e na curta-metragem “Um caroço de abacate”, que chegou a estar na lista de finalistas às nomeações para os Óscares deste ano.
O prémio para o projeto vencedor da Bolsa Amélia Rey Colaço contempla um montante de 24.000 euros, o acesso a residências artísticas e a possibilidade de apresentar o espetáculo nos teatros parceiros.
Na sétima edição da bolsa, foram recebidas 61 candidaturas e pré-selecionados sete projetos para entrevista.
Pedro Penim, diretor artístico do Teatro D. Maria II, Sofia Campos, do conselho de administração deste teatro nacional, Pedro Barreiro, diretor artístico d’O Espaço do Tempo, Patrícia Carvalho, diretora executiva d’O Espaço do Tempo, Rui Torrinha, diretor artístico do Centro Cultural Vila Flor, Marta Silva, do serviço de educação e mediação cultural de A Oficina, Henrique Amoedo, diretor artístico do Teatro Viriato, e Carla Augusto, da direção do Centro de Arte do Espetáculo de Viseu, foram os elementos do júri.
“Parlamento Elefante”, de Eduardo Molina, João Pedro Leal e Marco Mendonça, “Aurora Negra”, de Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema, “Ainda estou aqui”, de Tiago Lima, “Another Rose”, de Sofia Santos Silva, “As Três Irmãs”, de Tita Maravilha, e “Popular”, de Sara Inês Gigante, foram os projetos vencedores das anteriores edições da Bolsa Amélia Rey Colaço.
Comentários