A criação da Secret Society, uma chancela criada de raiz para o segmento jovem adulto, é um dos grandes destaques do ano do grupo editorial, que se prepara para lançar cerca de dois livros por mês.
O primeiro livro é da autoria da norte-americana Sonora Reyes e intitula-se “Guia para lésbicas num colégio católico”. Finalista do National Book Award, foca temas como racismo, sexualidade, saúde mental e identidade.
Na área da ficção literária, os destaques vão para várias estreias, nomeadamente de três autoras oriundas de Espanha: Lara Moreno, com “Três mulheres na cidade”, Alana S. Portero, com “Maus hábitos”, ambos editados pela Alfaguara, e a catalã Irene Solà, com “Eu canto e a montanha dança”, que será publicado na Cavalo de Ferro.
Ainda ao nível dos inéditos em Portugal, a mesma chancela editará aquela que considera ser “uma das mais eminentes escritoras de língua inglesa da atualidade”, Jamaica Kincaid, com o romance “Annie John”, e a americana Tess Gunty, com o romance “O contrário de nada”.
Uma estreia no catálogo do grupo, mas já com um livro publicado em Portugal pela Bazarov, é a autora alemã Esther Kinsky, de quem publicará “Rombo”, na Elsinore.
Como nem só de estreias se fazem as novidades do grupo, a Penguin destaca alguns nomes já consagrados no panorama literário, que agora regressam com novos títulos, como é o caso do norueguês Jon Fosse, Prémio Nobel da Literatura, de quem a Cavalo de Ferro publicará “Uma brancura luminosa”, o primeiro livro desde a conclusão da sua “Septologia”, e “É a Ales”, original de 2006, já publicado em Portugal pela extinta Cotovia e há muito esgotado.
O arranque de 2024 marca também o regresso da mexicana Fernanda Melchor, autora de “Temporada de furacões”, que agora traz “Paradaise”, e da chilena Alia Trabucco Zerán, autora de “Limpa”, desta vez com uma ‘road trip’ sul-americana de três jovens, a braços com a herança política do Chile, intitulada “A Subtração”, ambos publicados na Elsinore.
Ao longo do ano serão ainda lançados títulos de Elizabeth Strout, Aurora Venturini, Javier Castillo, Joel Dicker, Ludmila Uliskaya e James Baldwin, de quem se comemora este ano o centenário de nascimento.
No panorama nacional, chegam às livrarias novos livros de Manuel Abrantes, “Na terra dos outros” (Companhia das Letras), de Rita Canas Mendes, “Teoria das catástrofes elementares” (Elsinore), de Alex Couto, “Sinais de fumo” (Suma de Letras), e de Filipa Amorim, “A corrente” (Suma de letras).
Em língua portuguesa, mas no campo da não-ficção literária, a Companhia das Letras vai lançar “O que é meu”, um “livro sensação”, nas palavras da editora, do brasileiro José Henrique Bortoluci.
Ainda na literatura portuguesa, regressam autores que já fazem parte do catálogo, mas com novos livros, como é o caso de Susana Moreira Marques, que publica “Notas de Lisboa”, Madalena Sá Fernandes, com “Deriva”, e Maria Francisca Gama, com “A cicatriz”.
No que aos clássicos diz respeito, sairão pela Cavalo de Ferro “Advento”, do escritor islandês Gunnar Gunnarsson, e “A gravidade das circunstâncias”, da austríaca Mariana Fritz; pela Alfaguara, “O caderno proibido”, da escritora italo-cubana Alba De Céspedes; pelos Penguin Clássicos, “Sobre a revolução russa”, de Rosa Luxemburgo, e uma antologia poética de António Maria Lisboa, entre outros.
Na área da não-ficção, a editora destaca o livro “Zodíaco”, de Ai Weiwei, o ensaio sobre a cultura “Como o ar que respiramos”, do espanhol Antonio Menegal, “Duas vezes no mesmo rio: A guerra de Putin contra as mulheres”, da finlandesa Sofi Oksannen, “A irmã”, de Sung-Yoon Lee, sobre a pouco conhecida história da irmã de Kim Jong-un, e o manifesto de Thomas Piketty “Natureza, cultura e desigualdades”.
A chancela Iguana, dedicada a bandas desenhadas e novelas gráficas, aposta numa estreia nacional, “Tempo: em busca da felicidade perdida”, de Jorge Pinto, Evandro Renan e Talita Nozomi, e numa novela gráfica escrita por Leila Slimani e ilustrada por Clément Oubrerie, “A mains nues”.
De regresso estará a coreana Keum Suk Gendry Kim, de quem a editora publicou recentemente “A espera” e de quem irá agora publicar o seu livro mais recente, “A erva”, bem como um álbum que compila as tiras mais femininas e feministas da “Mafalda”, de Quino, que celebra 60 anos em 2024.
Entre os destaques da literatura infantojuvenil, contam-se um novo livro “ativista” da dupla Nuna e Lala Berekai, “Marielle e a magia das mil cores”, e “Casa de família”, uma “nova incursão nostálgica” da ilustradora australiana Sophie Blackall.
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