Lars von Trier, o mais famoso cineasta da Dinamarca, reagiu nas redes sociais ao mais recente apoio do seu país à Ucrânia com uma declaração que está a causar polémica.
No domingo, durante uma visita de Volodymyr Zelensky, os Países Baixos e a Dinamarca comprometeram-se oficialmente a fornecer caças F-16 à Ucrânia, apesar dos avisos da Rússia de que isso originará uma escalada na guerra iniciada com a sua invasão a 24 de fevereiro de 2022.
Numa aparente referência ao slogan do movimento internacional "Black Lives Matter", o realizador reagiu na terça-feira, referindo-se às imagens da Primeira-Ministra Mette Frederiksen no cockpit de um F-16, escrevendo em dinamarquês e inglês: "A propósito: ao senhor Zelensky e ao senhor Putin e, não menos importante, à senhora Frederiksen (que ontem, como uma louca recém-apaixonada, posou com um sorriso de orelha a orelha no cockpit de uma das máquinas de matar mais assustadoras do nosso tempo): AS VIDAS RUSSAS TAMBÉM SÃO IMPORTANTES!".
Partilhada pelas 18h00 de terça-feira, a mensagem não está aberta a comentários, mas muitos estão a manifestar a sua revolta com a declaração sobre o valor das vidas russas noutras que estão disponíveis no seu Instagram.
A mensagem também despertou a atenção da comunicação social ucraniana e russa, bem como dos utilizadores das redes sociais.
Exigindo um pedido de desculpas, alguns ativistas mais fervorosos ligados à Ucrânia têm pedido a punição do realizador, a proibição dos seus filmes e a retirada de prémios: atualmente com 67 anos e diagnosticado com a doença de Parkinson no ano passado, Lars von Trier, lançado pela série "O Reino" na década de 1990, está ligado a obras premiadas e controversas com sexo e violência como "Ondas de Paixão" (1996), "Dancer in the Dark" (2000), "Dogville" (2003), "Anticristo" (2009) e as duas partes de "Ninfomaníaca" (2013).
Lars von Trier já causou indignação com outras declarações controversas e os meios ligados à Ucrânia têm vindo a recordar o que aconteceu a 18 de maio de 2011, quando gelou a conferência de imprensa de imprensa de "Melancolia" em Cannes ao dizer que "compreendia" e tinha alguma simpatia por Hitler.
A organização do festival declarou-o de imediato "persona non grata" e só regressou sete anos depois, após vários pedidos de desculpa e uma retratação com justificação de consumo excessivo de álcool e drogas.
Comentários