Além de três novas produções, das digressões, do acolhimento de peças de outras companhias uma vez por mês e da realização do Festival de Teatro da Covilhã, o Teatro das Beiras promove, ao longo do ano, um ciclo de conferências e exposições sobre os 50 anos do grupo e do 25 de Abril, por o diretor frisar que existe uma relação entre ambos os acontecimentos.
Segundo Fernando Sena, o então Grupo de Intervenção Cultural da Covilhã (GICC) “nasceu iluminado pela liberdade que brotou do 25 de Abril” e que permitiu as condições para o surgimento de um projeto cultural que “rompeu com a anemia e o provincianismo de um meio que olhava para a cultura de viés”.
“Por isso dizemos sempre que viemos de Abril, somos de Abril e continuaremos de Abril”, acentuou o diretor da companhia durante a apresentação da programação para este ano.
Para assinalar o meio século de existência, entre outras iniciativas, é apresentado, no dia 7 de novembro, um livro sobre o percurso do Teatro das Beiras.
Este mês arrancaram os ensaios da 116.ª produção da companhia, “A grande imprecação diante das muralhas da cidade”, uma metáfora sobre o Poder do dramaturgo alemão Tankred Dorst, encenada novamente por Gil Salgueiro Nave, depois de já o ter feito em 1979. A estreia está marcada para 29 de fevereiro.
Para 20 de junho está prevista a estreia de “O juiz da Beira”, de Gil Vicente, encenada por Nuno Carinhas, produção que durante o verão, entre 24 de junho e 18 de agosto, andará em digressão por várias localidades.
A 16 de outubro, sobe ao palco “A festa”, uma encenação de Maria João Luís, a partir de um texto do ator, dramaturgo e cineasta italiano Spiro Scimone.
No âmbito de um projeto educativo, a companhia promove uma Oficina de Teatro, para 12 crianças, de 1 a 5 de abril e, entre outubro e dezembro, desloca-se a escolas do concelho para em cada uma produzir uma peça de teatro com a participação dos alunos.
O Festival de Teatro da Covilhã decorre entre 7 e 16 de novembro e vai contar com 12 espetáculos e oito companhias.
Pelo segundo ano, o Teatro das Beiras dinamiza as Quartas de Teatro, por terem constatado que “foi uma excelente aposta”, frisou Fernando Sena.
A iniciativa mobiliza companhias de diferentes regiões do país, e textos de diversas dramaturgias.
A Escola de Mulheres, de Lisboa, está pela primeira vez na Covilhã no dia 10, com a peça “Entre eles dois”, de Catherine Verlaguet; a 7 de fevereiro é a vez de “Pó e Batom”, de Esther F. Carrodeguas, pelo Cendrev - Centro Dramático de Évora; a 10 de abril sobe ao palco o Teatro da Rainha, das Caldas da Rainha, com “Às duas da manhã”, de Falk Richter; e, a 15 de maio, pisa as tábuas do auditório a companhia o Teatro do Noroeste, de Viana do Castelo, com a peça “Salgueiro Maia: cartografia de um monólogo”, uma criação de Ricardo Simões.
A iniciativa prossegue em junho, no dia 5, com a Escola da Noite, de Coimbra, que apresenta “A Casa Tomada”, de Julio Cortázar; a 11 e 12 de setembro, a Companhia de Teatro de Almada está em cena com “O futuro já era”, "manifesto de fúria, fuga e revolta individual", de Sibylle Berg, com música de Chullage; e, em dezembro, no dia 4, é a vez de “Ser português de norte a sul”, pela companhia Krisálida Teatro - Associação Cultural do Alto Minho.
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