A Netflix informou na quarta-feira que o seu número de subscritores cresceu quase 11%, para 247 milhões, no terceiro trimestre, num sinal do sucesso da repressão da partilha de senhas e da refinação do seu novo plano de assinatura, mais barato e com anúncios, lançado em novembro do ano passado, uma alternativa menos glamorosa que a empresa evitou durante muito tempo.
O principal serviço de streaming do mundo também indicou que vai aumentar o preço do seu plano básico nos EUA para 11,99 dólares mensais e o do seu plano "premium" para 22,99, com “ajustes” de preços semelhantes definidos para Grã-Bretanha e França.
“Embora tenhamos pausado em grande medida os aumentos de preços à medida que implementamos o partilha [de senhas] paga... à medida que apresentamos mais substância aos nossos membros, ocasionalmente pedimos que paguem um pouco mais”, disse a Netflix na carta aos acionistas.
As ações da Netflix saltaram mais de 12%, para 43,31 dólares, nas transações pós-mercado na bolsa Nasdaq.
Num relatório dos lucros, o serviço de streaming disse que o seu mais recente plano apoiado por anúncios estava a ganhar força, com o número de subscritores a aumentar quase 70% no terceiro trimestre.
A Netflix reportou um lucro de 1,68 mil milhões de dólares sobre as receitas de 8,5 mil milhões no trimestre, superando as expectativas do mercado.
"Em suma, a administração está a trabalhar bastante para extrair até a última gota de dinheiro possível da base de subscritores disponível, mas à medida que essa fonte começa a secar, será muito mais importante entender exatamente o quão bem-sucedida poderá ser a próxima fase de crescimento", disse à agência France-Presse Sophie Lund-Yates, analista-chefe da Hargreaves Lansdown.
Em maio, a gigante de Silicon Valley expandiu a repressão aos subscritores que partilham senhas com pessoas fora do seu núcleo familiar imediato, na tentativa de aumentar as receitas.
Para converter os os utilizadores não pagantes, a Netflix introduziu contas "emprestadas" ou "partilhadas", nas quais os subscritores podem adicionar mais utilizadores por um preço mais alto ou transferir perfis de visualização para novas contas.
Numa tentativa separada de obter receitas, a Netflix lançou uma oferta subsidiada por anúncios na mesma altura e mais tarde eliminou o seu plano sem anúncios de preço mais baixo.
Este novo plano de assinatura com anúncios, lançado no final do ano passado, custa 7 dólares nos EUA.
Greve dos atores
O relatório de lucros foi divulgado num momento em que a Netflix e outros grandes estúdios de cinema e televisão veem as produções interrompidas por uma greve de atores nos EUA.
“Estamos incrível e totalmente empenhados em terminar esta greve”, disse o co-presidente-executivo da Netflix, Ted Serandos, durante uma apresentação dos resultados.
“A indústria, as nossas comunidades e a economia estão a sofrer, por isso precisamos de chegar a um acordo que respeite todas as partes o mais rapidamente possível”, acrescentou.
Os argumentistas de Hollywood também estiveram em greve, mas chegaram a um acordo provisório com os estúdios apenas há algumas semanas.
Durante a greve, a Netflix disse que contava com produções prontas para lançar e uma grande base de novos filmes e programas de todo o mundo.
Uma adaptação da Netflix da manga japonesa “One Piece” foi vista mais de 18 milhões de vezes nos primeiros quatro dias, colocando-a no topo das audiências.
“Continuamos a concentrar-nos em melhorar a nossa oferta, com os melhores originais e títulos licenciados de todo o mundo”, disse a Netflix aos acionistas na sua comunicação.
A título de exemplo, a Netflix citou programas populares como “One Piece”, “Class Act” (França) e “Guns & Gulaabs” (Índia).
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