O serviço de streaming da Disney atraiu quase sete milhões de novos subscritores, informou a empresa na quarta-feira, revertendo um período de declínio que levantou dúvidas sobre a sua rivalidade com a Netflix, líder do setor.
A Disney tem estado sob pressão significativa desde que o presidente executivo Bob Iger deixou a empresa, apenas para sair da semi-reforma há um ano, após o seu substituto deixar de ter a confiança dos executivos e do conselho da empresa.
Ao regressar, Iger embarcou numa campanha de corte de custos que viu grandes reduções nos gastos luxuosos para ajudar a lançar o Disney+.
Este esforço fez com que os prejuízos de streaming da Disney diminuíssem para 387 milhões de dólares no mais recente trimestre de 2023, em contraste com os 1,47 mil milhões do ano anterior.
Os subscritores do Disney+ aumentaram para 112,6 milhões no final de setembro, dos 105,7 milhões no final de junho.
“Os nossos resultados neste trimestre refletem o progresso significativo que fizemos no ano passado”, disse Iger, apontando para o sucesso de um plano suportado por publicidade recentemente adicionado ao Disney+.
“Embora ainda tenhamos trabalho a fazer, estes esforços permitiram-nos ultrapassar este período de ajustes e começar novamente a construir os nossos negócios”, salientou Iger.
O trimestre sólido pode restaurar a confiança em Iger, que começou a enfrentar críticas pelas suas decisões outrora festejadas, como pagar um valor gigantesco em 2019 para comprar a 21st Century Fox de Rupert Murdoch, ficando com, entre outros ativos, o estúdio 20th Century Fox e o canal nacional Fox.
No último ano, o preço das ações da Disney caiu para valores mínimos.
O investidor ativista Nelson Peltz aumentou a pressão sobre Iger, pedindo-lhe que cortasse custos.
Nos resultados divulgados na quarta-feira, a Disney disse que a empresa estava a pressionar para cortar custos em 7,5 mil milhões de dólares, um aumento em relação à promessa anterior de 5 mil milhões.
Ao todo, a gigante do entretenimento registou vendas de 21,24 mil milhões para o trimestre, um ligeiro aumento em relação ao ano anterior, de acordo com o seu relatório de lucros divulgado na quarta-feira.
No mês passado, a Disney disse que se vai tornar a única proprietária da plataforma Hulu, que já comercializa subscrições que incluem o seu próprio serviço Disney+ e a plataforma de streaming de conteúdo desportivo ESPN+.
A Hulu é a extensão da Disney focada em programas voltadas para públicos adultos, como "The Handmaid's Tale" ("A História de uma Serva"), enquanto o conteúdo para as famílias se enquadra no Disney+, lançado há quatro anos.
Ambos os serviços, tal como os seus concorrentes, foram atingidos por uma greve histórica este Verão de argumentistas e atores.
Os argumentistas de Hollywood assinaram um contrato com os estúdios e estão de volta ao trabalho, mas não os atores, resultando numa enorme acumulação de produções suspensas de Hollywood.
“Só posso dizer que estou otimista de que iremos resolver isso relativamente em breve”, disse Iger ao canal CNBC após a divulgação dos resultados (o acordo provisório acabaria por ser anunciado horas depois, com a greve a chegar oficialmente ao fim à 00h01 de quinta-feira, hora de Los Angeles.
Além do conteúdo e do número de subscrições, a Disney está a tentar aumentar a sua rentabilidade.
O grupo com sede em Burbank, na Califórnia, registou um lucro líquido de 264 milhões de dólares.
A rival da Disney, a Netflix, disse no mês passado que o número de subscrições cresceu quase 11%, para 247 milhões, à medida que reprimiu a partilha de contas e refinava um plano que é sustentado por publicidade.
O serviço líder de streaming aumentou os preços de alguns dos seus planos, o que talvez tenha criado uma oportunidade para concorrentes como a Disney.
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