A segunda e terceira temporada de "Rabo de Peixe" chegam este ano à Netflix. A data de estreia ainda é uma incógnita, mesmo para José Condessa que, em conversa com os meios de comunicação portugueses, incluindo o SAPO Mag, no evento "Next On Netflix", revelou o possível sobre os novos episódios da série portuguesa de maior sucesso internacionalmente.

"A minha mãe pergunta-me todos os dias e eu não sei, não sabemos, mesmo. Vocês viram aqui, há muitas datas que vão sair. Acho que ainda não é oficial e é por isso que não se sabe. Não faço ideia. Sabemos o que vocês sabem, que vão estrear as duas este ano", contou o ator à margem do evento que decorreu esta quarta-feira, dia 29 de janeiro, em Madrid.

Depois do sucesso da primeira temporada de "Rabo de Peixe", a pressão aumentou, mas o feedback da equipa do serviço de streaming tem sido muito positivo. "Toda a gente nos diz que está melhor do que a primeira. Não é falta de confiança — nunca disse isso sobre o nosso trabalho... Mas depois de uma primeira temporada que está tão boa, sabes que tens uma grande responsabilidade às tuas costas", confessou José Condessa, acrescentando que, no arranque das filmagens dos novos episódios, o realizador Augusto Fraga sublinhou que era "muito importante fazer alguma coisa nova".

"Uma das coisas que fez com que fosse possível criar algo novo foi, por coincidência divina, não podermos começar a filmar quando era suposto - estreamos a primeira temporada em maio e a Netflix exerceu o direito à segunda temporada um mês depois, ou nem tanto - foi umas das renovações mais rápidas de sempre. Na altura até se dizia que só havia quatro séries que tinham sido renovadas tão rapidamente, como 'Stranger Things' e 'The Crown'. Isso diz muito da qualidade da série, diz muito também dos números que fizemos, tendo em conta as expectativas para uma série portuguesa", recorda.

"Conseguimos romper uma barreira e parecia que era impossível"

Segunda temporada da série
Segunda temporada da série

Com a renovação da série para mais duas temporadas, a equipa sentiu que "cumpriu o seu dever": "Conseguimos romper uma barreira e parecia que era impossível. Parecia que as melhores coisas que fazias nunca iam ter um impacto global. Estávamos presos ao mercado português, de 10 milhões de pessoas, que, se for em cinema, são poucos melhores e, se for na televisão, um milhão e pouco. E, de repente, aqui ganhas o mundo".

As duas novas temporadas de "Rabo de Peixe" foram gravadas quase simultaneamente. "Foi desafiante. Acima de tudo, primeiro pelo cansaço. Eu tinha estado a fazer novela durante nove meses, ou seja, já estava cansado, mas eles esperaram até que eu estivesse pronto para filmar", recorda o ator, explicando que "não misturaram os episódios": "Dividimos até porque havia mudanças de looks — meus, não, já que tinha o cabelo rapado; mas existiram pequenas mudanças que foram feitas da segunda para a terceira temporada. Isso ajudou muito em termos de trabalho".

"A série cresceu emocionalmente"

RABO DE PEIXE (L to R) JOSé CONDESSA as EDUARDO in episode 05 of RABO DE PEIXE. Cr. PAULOGOULART/NETFLIX © 2022
RABO DE PEIXE (L to R) JOSé CONDESSA as EDUARDO in episode 05 of RABO DE PEIXE. Cr. PAULOGOULART/NETFLIX © 2022

O que se irá passar em "Rabo de Peixe" ainda é um segredo, mas José Condessa adianta que sempre houve uma ideia muito clara para as novas temporadas. "[Na segunda e terceira temporadas], tal como na primeira, há um desfecho. Na terceira, a história fecha — o que não quer dizer que não possa haver uma quarta... ninguém vai saber agora — antes de estrearem as próximas duas, ninguém vai dizer que há uma quarta. Mas a história fecha e fecha muito bem, mesmo. É um desfecho bonito e inesperado", destaca.

Nos novos episódios, três meses após a sua partida, Eduardo (José Condessa) regressa para encontrar uma realidade completamente diferente em Rabo de Peixe. "A droga que escondeu já não está nas mãos de Uncle Joe, mas agora é controlada por um inimigo inesperado, desencadeando uma série de eventos que irão testar os laços de amizade e lealdade do grupo", resume a plataforma.

A história continua a focar-se na "amizade única do grupo, num lugar igualmente único": os Açores. Mesmo com o negócio da droga a crescer, eles permanecem fiéis a si mesmos e à sua comunidade, enfrentando os perigos imprevisíveis com o mesmo espírito divertido, emocional e cúmplice que os caracteriza desde a infância.

"Na segunda temporada, temos uma coisa muito interessante. Nós já falamos sobre isso, as personagens afastam-se, o grupo afasta-se por algum motivo — primeiro porque Eduardo e Carlitos [André Leitão] foram para a América, foram embora. De repente, isso dá origem a outras coisas, a outras ligações, e, depois, temos que nos reunir novamente. Isso é tão bonito, é mesmo muito bonito", adianta José Condessa.

"Na primeira temporada, 'sofremos'... o que foi para o ar não era tudo o que estava escrito. Houve redução de episódios, muitas coisas foram cortadas. Faltavam detalhes na história, e nós sentimos porque sabíamos — faltava tempo para a emoção. Mas com o corte, ficou mais ágil. Acho que agora continua com ritmo, mas cresceu emocionalmente. Não é parada, nada disso. O desenvolvimento emocional da série é perceptível — quando há silêncios, há silêncios; quando há choro, há choro. E acho que é isso que está a agradar a tantas pessoas. Além disso, sinto, a nível pessoal — e isso é apenas uma opinião minha — que a Netflix ficou tão contente com as imagens que viu que tem apressado a estreia da série... mas não sei quando vai ser", garante o protagonista da série da Netflix.

O "empenho" da Netflix em Portugal

Vem aí uma segunda temporada de
Vem aí uma segunda temporada de

Na conversa com os jornalistas portugueses em Madrid, José Condessa destaca ainda o "empenho" da Netflix em Portugal. "Tenho sentido isso desde o início da primeira temporada e também agora, com a segunda e terceira. Além disso, sei do empenho deles nas novas criações que vão existir", frisa.

"Querem dar continuidade. E se houve algum momento em que ficamos inseguros sobre a permanência da Netflix em Portugal, agora temos a certeza de que isso está só a começar, e isso é muito bom — a expansão do mercado português é ótima para os atores, porque não precisamos de emigrar. Isso era um dos meus maiores receios", confessa o ator.

Estreada em maio de 2023, segundo José Condessa, "Rabo de Peixe" continua a crescer em alguns países. "No Brasil, a série continuou a crescer até há pouco tempo. Ou seja, é incrível. Na altura, não foi um sucesso imediato, mas começou a crescer muito lá", destaca.

"Os atores e a indústria espanhola sabem qual série é essa, e isso é motivo de orgulho. Ou seja, não é só para algumas pessoas que viram alguma coisa, a série tem uma ótima referência na indústria. Isso é positivo para Portugal, é positivo mundialmente, e ainda por cima é em português", celebra.

José Condessa sobre
José Condessa sobre

“Rabo de Peixe”, que se estreou em maio de 2023, é uma produção da Ukbar Filmes com a Netflix, a partir de uma ideia de Augusto Fraga.

A primeira e terceira temporadas foram correalizadas por Augusto Fraga e Patrícia Sequeira e a segunda codirigida com João Maia. O argumento foi escrito por Augusto Fraga, Hugo Gonçalves e Tiago R. Santos.

O elenco principal regressa com José Condessa, Helena Caldeira, Kelly Bailey, André Leitão, Maria João Bastos, Afonso Pimentel e Pepê Rapazote.

A rodagem começou em Lisboa e as filmagens vão decorrer também nos Açores, "destacando a beleza natural e a atmosfera única da região".

Veja o teaser:

Criada por Augusto Fraga, a segunda ficção original portuguesa para a Netflix, depois de "Glória", somou globalmente 31,5 milhões de horas de visualização na plataforma de streaming Netflix, ficando entre as 500 produções com mais horas de visualização, a nível global.

Com sete episódios, "Rabo de Peixe" tem nos principais papéis José Condessa, Helena Caldeira, André Leitão, Rodrigo Tomás, Maria João Bastos, Albano Jerónimo, Afonso Pimentel, Kelly Bailey e Pêpê Rapazote.

“Trata-se de um ‘thriller’ com toques de humor sarcástico sobre quatro amigos cuja vida mudou com a chegada de uma tonelada de cocaína e, embora baseada em factos reais, a série é completamente fictícia”, destaca produção.

"Nada acontece na pequena aldeia açoriana de Rabo de Peixe, até que uma tonelada de cocaína dá à costa, mudando por completo a vida dos seus residentes. Eduardo, um jovem pescador, e os seus melhores amigos montam um negócio improvisado com a inesperada dádiva do Oceano Atlântico, mas uma tonelada de cocaína não passa despercebida", adianta o serviço de streaming.

"Os proprietários da droga, a polícia e uma série de personagens imprevisíveis são apenas alguns dos obstáculos que os nossos protagonistas terão de enfrentar, numa perigosa aventura da qual não há retorno possível", acrescenta a Netflix.

Veja a conversa do SAPO Mag com Augusto Fraga e José Condessa: