O "town hall", como é conhecido na política norte-americana o tradicional debate com os eleitores, significou o regresso de Trump ao canal, da qual esteve ausente desde 2016.
A CNN decidiu confrontar Trump, favorito nas sondagens para ganhar as primárias republicanas para a eleição presidencial de 2024, com perguntas de eleitores republicanos, ou indecisos, num debate na noite de quarta mediado pela jornalista Kaitlan Collins.
Nesse contexto, sob aplausos frequentes dos seus fiéis seguidores, Donald Trump reiterou várias vezes, sem provas, como lembrou Collins, que a eleição presidencial de 2020 foi "uma fraude", que é a favor da concessão de anistia a alguns apoiantes condenados pelo ataque ao Capitólio a 6 de janeiro de 2021.
E, um dia depois de um júri do tribunal de Nova Iorque ter determinado que Trump pague 5 milhões de dólares de indemnização à jornalista E. Jean Carroll por agressão sexual e difamação, o bilionário republicano chamou-a de "louca", entre risos dos participantes.
"A CNN simplesmente não pode ignorar o facto de que colocou uma vítima de agressão sexual para ser alvo e (para ser) atacada em rede nacional no dia seguinte à decisão", criticou a representante democrata Alexandria Ocasio Cortez.
As críticas não vieram apenas das fileiras adversárias.
"Difícil presenciar como se ofereceu aos EUA o espetáculo de mentiras que foi transmitido pela CNN na noite de quarta-feira", escreveu no seu blog Olivier Darcy, jornalista veterano da própria CNN. "Ao longo da noite, Trump frequentemente ignorou Collins, ou levantou a voz, enquanto despejava no país uma enxurrada de desinformação, na qual uma parte do Partido Republicano continua a acreditar", acrescentou.
Em comunicado de imprensa, o canal afirmou que Collins "ilustrou o que é ser um jornalista de primeira linha", fazendo "perguntas difíceis e reveladoras". “Acompanhou e verificou os factos em tempo real para dar aos eleitores informações cruciais sobre as posições do presidente Trump, que está a concorrer (nas primárias para) a eleição de 2024 como favorito republicano”, acrescentou a CNN.
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