O festival de música erudita ZêzereArts regressa de 17 de julho a 3 de agosto, fundindo pedagogia, música e património, com cursos para músicos e oferta de concertos, recitais e espetáculos de ópera em “lugares emblemáticos” de quatro concelhos.

Os concertos, com entrada livre, decorrem em monumentos classificados e espaços culturais e religiosos do Médio Tejo, no distrito de Santarém, cruzando repertórios corais, sinfónicos e de câmara, protagonizados por cerca de 200 artistas nacionais e estrangeiros e que integram os diversos corpos artísticos do festival, entre os quais se destacam o Coro Sinfónico, a Orquestra Jovem e o Ensemble Vocal.

“Até é difícil acreditar que já chegámos à 15.ª edição. Este ano, como em todos os anos, temos cerca de 200 músicos, portugueses e de vários países do Mundo, a chegarem à região para preparar e apresentar 14 concertos”, incluindo óperas, concertos de música erudita, grupos corais e 'masterclasses', disse hoje à Lusa o diretor artístico do ZêzereArts, o maestro irlandês Brian MacKay.

Decorrendo em espaços como o Convento de Cristo, em Tomar, o Mosteiro da Batalha, a vila histórica de Dornes, em Ferreira do Zêzere, ou o Castelo de Ourém, MacKay destacou o concerto “Orlando Gibbons – 400 Anos”, que presta homenagem à tradição coral inglesa do século XVII, com obras de William Byrd, Orlando e Christopher Gibbons, e Henry Purcell, a decorrer no claustro principal do Convento de Cristo em Tomar (20 de julho).

Outro ponto alto, segundo o maestro irlandês, será o concerto “Ever Ancient Ever New”, apresentado em dose dupla, no Mosteiro da Batalha (25 de julho) e no Convento de Cristo (26 de julho), que une música coral sinfónica com obras de Karen Thomas, Brahms, Michael Tippett e James Buonemani, sob direção do próprio Brian MacKay.

“O próprio compositor James Buonemani virá assistir ao concerto”, declarou o diretor artístico do ZêzereArts.

O evento, que assinala a sua décima quinta edição, “tem-se afirmado e crescido ano após ano”, com “músicos de todas as idades” e um “público muito eclético, de várias gerações e muito fiel” ao espírito do festival.

“No palco vamos ter jovens a partir de 12, 13 anos, até pessoas com 70 e tal anos, o que é uma coisa muito especial para experienciar. Também é muito gratificante ver o nosso público, um público muito fiel, crescer e voltar ano após ano para assistir aos concertos”, declarou.

Para Brian MacKay, a iniciativa, “mais do que um festival de verão, é uma residência artística intensiva”, um lugar "de encontros entre gerações, culturas e repertórios”, “com obras que raramente se escutam em Portugal, e com uma comunidade artística cada vez mais diversa”.

Uma das grandes novidades desta edição é a estreia de um concerto na Gruta de Avecasta, em Ferreira do Zêzere, no dia 24 de julho. Intitulado “Birdsong”, o espetáculo propõe uma experiência sonora imersiva, combinando o ambiente natural da gruta com o som da sanfona, instrumento medieval de cordas friccionadas, interpretado por Stevie Wishart.

O festival, que arranca no dia 17 de julho no castelo de Ourém, inclui ainda recitais de jovens participantes das ‘masterclasses’, concertos de música de câmara e apresentações da Orquestra Jovem e do Coro Sinfónico do festival, com direção de maestros como João Paulo Fernandes, Aoife Hiney, Vasco Negreiros e Stephen Rumsey.

Criado em 2010, o ZêzereArts é promovido pela Musicamera Produções. Ao longo dos anos, o festival tem acolhido músicos e estudantes de toda a Europa, América do Sul, Estados Unidos e Hong Kong, reforçando o seu papel como espaço de intercâmbio e descoberta artística.

O programa completo do evento pode ser consultado em zezerearts.pt.