“Figura maior da cultura portuguesa e intérprete singular da nossa alma coletiva, Amália teve uma carreira longa e frutuosa, de mais de cinco décadas”, salienta-se no voto proposto pelo antigo ministro social-democrata.
No texto, realça-se que nos fados de Amália Rodrigues “emergem tanto as sonoridades e as rimas mais populares como a ousadia poética da alta cultura, unidas numa nova síntese”.
Assinala-se, também, que Amália Rodrigues “fez-se intérprete da alma nacional, que soube expressar com rara eloquência”.
“Amália foi uma artista invulgarmente versátil e cosmopolita. Prestou um inestimável contributo para a propagação do fado e da língua e cultura portuguesas. Atuou em quase 70 países, em todos os continentes. Passou por centenas de palcos, de Moscovo a Nova Iorque, de Roma ao Rio de Janeiro, de Londres a Tóquio. Editou álbuns em idiomas estrangeiros, cantou diversos estilos de música e fez trabalhos musicais de fusão, em que a arte do fado se encontrou com outras sonoridades e latitudes”, realça-se ainda.
No texto proposto pelo presidente da Assembleia da República, sustenta-se que Amália, no palco do Olympia, em Paris, “ofereceu conforto e lembranças de Portugal a tantas pessoas que então desfiavam o rosário de penas da emigração clandestina e da pobreza”.
“Deste modo, trabalhou para reforçar os laços entre a diáspora e o país”, acrescenta-se.
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