A escolha de uma canção de Fausto para marcar o final dos trabalhos parlamentares de hoje partiu do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e terá surpreendido a generalidade dos deputados.
Momentos antes, por unanimidade, o parlamento tinha aprovado um voto de pesar pela morte na segunda-feira, em Lisboa, de Fausto Bordalo Dias.
No voto, da autoria de José Pedro Aguiar-Branco, aponta-se que Fausto, que faleceu aos 75 anos, “deixa um importante contributo cívico e político e dezenas de canções que continuarão a acompanhar e inspirar lutas pela igualdade, pela justiça e pela emancipação”.
“Fausto Bordalo Dias é um dos maiores nomes da música portuguesa”, salienta-se no voto, antes de se referir que o músico lançou o seu primeiro disco “ainda durante a ditadura fascista”.
“Acompanha, com a sua intervenção e a sua música, o período revolucionário de 1974-1975 — lançando o álbum “P’ró que Der e Vier” e ajudando a fundar o Grupo de Ação Cultural - Vozes na Luta (GAC), criado em sua casa. Em 1982, lança “Por Este Rio Acima”, primeiro álbum de uma trilogia sobre a história da expansão portuguesa, completada com “Crónicas da Terra Ardente” (1994) e “Em busca das Montanhas Azuis” (2011). Em 2022, deu na Aula Magna o seu último concerto, assinalando os 40 anos do primeiro álbum desta trilogia”, acrescenta-se no texto.
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