A época de festivais de verão (que, na verdade, começa na primavera) arrancou esta sexta-feira, dia 26 de maio, com o North Festival. Apesar das nuvens e da chuva, o público não ficou em casa e aceitou o convite para dançar com as estrelas da noite.
Ainda ao final da tarde, em hora de ponta na cidade Invicta, os Jáfumega subiram ao palco principal e sopraram as velas do 45.º aniversário com os festivaleiros. Para o concerto na Alfândega do Porto, o histórico grupo portuense trouxe todos os sucessos, como "Latin’América”, "Kasbah" ou "Nó Cego".
"Ribeira", tema dedicado ao local onde se realiza o festival, também não ficou de fora do alinhamento. No concerto, a banda recordou ainda "Rústica", uma homenagem a Eugénio Barreiros, colega que faleceu recentemente.
A viagem aos anos 1980 continuou no palco principal com os Trabalhadores do Comércio. A jogar em casa, o grupo apresentou todos os grandes êxitos da carreira, como "Chamem a polícia" ou "Taquetinho ou lebas nu fucinho".
No regresso aos grandes festivais, Sérgio Castro e companhia apresentaram ainda o novo single, "Objeto".
Com o aproximar da noite, às 20h30, The Legendary Tigerman teve a missão de aquecer o público para a grande noite de festa e dança que se aproximava. Em palco, o músico apresentou novos e velhos temas e preparou surpresas para o público - na reta final do concerto, o artista convidou Catarina Salinas, dos Best Youth, para uma versão de "This boots are made for walking", de Nancy Sinatra.
A 'fiesta' dos Bomba Estéreo
Poucos minutos antes das 22h00, os Bomba Estéreo subiram ao palco principal e convidaram todos os festivaleiros para uma grande festa com ritmos latinos. Com o palco decorado com plantas e muitas flores, a carismática vocalista Li Saumet foi recebida em euforia por fãs que se vestiram a preceito para a noite com roupas coloridas, glitter e flores na cabeça.
Depois de no ano passado terem animado o MEO Kalorama, em Lisboa, com uma festa de arromba (tal como o seu próprio nome significa), no North Festival, os colombianos voltaram a provar porque é que são uma caso sério da música latina - apesar da pequena multidão que se reuniu junto ao palco na hora do concerto, o ambiente foi de festa e alegria.
Conhecido pelas suas atuações cheias de energia, o grupo contagiou tudo e todos com os ritmos latinos. Na Alfândega do Porto, os Bomba Estéreo carregaram nos êxitos - "To My Love", "Fuego", "Soy Yo", "Me Duele" e "“Romántica Champeta", o mais recente single do grupo, carimbaram os momentos de maior euforia, mas foi no final, ao som de “Ojitos lindos”, que os fãs soltaram as vozes e os corpos.
Rapaziada, vamos dançar
A festa na margem do Douro continuou pouco depois da meia-noite com os Chemical Brothers. O famoso duo de Manchester foi o protagonista da primeira noite do festival e carimbou a maior enchente da noite - muitos dos festivaleiros apenas chegaram ao recinto perto da hora do arranque do espetáculo.
Como já é habitual, acompanhados por um surpreendente jogo de luzes, os britânicos agarraram a multidão do início ao fim do concerto e ninguém quis ficar de fora da “grande rave” de Ed Simons e Tom Rowlands.
No alinhamento, os Chemical Brothers combinaram temas do presente e do passado - sempre com imagens a acompanhar as batidas - e estiveram ao leme da festa até ao início da madrugada.
"No Reason", o mais recente single do duo, foi servido no arranque do concerto e marcou um dos momentos altos da noite. Logo depois, as marés agitaram-se com "Hey Boy Hey Girl", o mais popular tema dos músicos britânicos.
"Feels Like I'm Dreaming", "Free Yourself" ou "Setting Sun" também não ficaram de fora do alinhamento.
Depois de duas festas com ritmos diferentes e alternativos na primeira noite, o segundo dia do North Festival é dedicado ao Brasil. "No segundo dia temos mais os ritmos quentes do Brasil, mas também Nininho Vaz Maia, que é português, mas também é bastante animado”, disse à Lusa o presidente da promotora Vibes & Beats, Jorge Veloso, sobre o alinhamento de sábado, que inclui ainda Ivete Sangalo, Ana Castela e Gustavo Mioto.
O terceiro e último dia, domingo, é “mais pop rock”, com Robbie Williams, Pedro Abrunhosa, The Black Mamba e Tiago Nacarato.
Serão “três dias distintos, três dias animados e, portanto, três dias de festa à beira-rio”, destacou o promotor, salientando que “o festival não é só um palco principal”.
Além deste, há também “um ‘sunset’, um palco no barco, um outro ‘indoor’ [dentro de portas], que é o ‘clubbing’”. É nestes palcos que irão atuar Batalá, Rich & Mendes, Switchdance (sábado), Shaka Lion e Yen Sung (domingo).
Para lá da música, há “imensas atividades paralelas, como o ‘Wine Garden’, os famosos passeios de barco e animações no espaço: barbeiros, ‘makeup’ [maquilhagem] e ‘tattoos’ [tatuagens]”, à semelhança de edições anteriores.
Embora o número de palcos seja o mesmo, o espaço do recinto “duplicou”.
Este ano, a organização espera “15 a 18 mil pessoas por dia”. “O nosso grande objetivo é ter 50 mil pessoas nos três dias”, referiu Jorge Veloso, salientando que entre os bilhetes já vendidos, “20% a 30% são para fora” de Portugal.
Os passes de três dias para o North Music Festival estão esgotados, mas ainda há bilhetes diários, que custam 55 euros, para sábado, e 95 euros para domingo.
Quem não puder deslocar-se à Alfândega do Porto, poderá ver alguns dos concertos na RTP1, a partir das 23h40 de cada dia, anunciou a estação pública. A RTP1 irá exibir, em diferido, as atuações de Ivete Sangalo, Nininho Vaz Maia (sábado), Pedro Abrunhosa, Tiago Nacarato e The Black Mamba (domingo).
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