Elling, que atuou pela primeira vez em Portugal no Estoril Jazz, em 2007, está de volta para um único espetáculo no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, naquele que será, até ao momento, o ponto mais alto da orquestra fundada em 2011, avançou César Cardoso à agência Lusa.
“Kurt Elling faz um trabalho único e tem muita tradição no jazz. É um grande improvisador, com uma qualidade que poucos têm para improvisar como se fosse um instrumento. É um desafio tremendo, que vamos agarrar com unhas e dentes. É o ponto mais alto da OJL”, assumiu o maestro.
O cantor norte-americano destaca-se ainda pelas “transcrições de solos de John Coltrane, Wayne Shorter, entre outros grandes nomes”, em que “escreve letras por cima dos solos”, nota Cardoso sobre o primeiro convidado internacional da história da OJL.
“Já tocámos com outros músicos de jazz portugueses, como Pedro Moreira, Tomás Pimentel ou Maria João, que têm um nível muito bom. Mas estamos aqui a falar de alguém de nível mundial. Conta já com dois Grammys e já foi nomeado outras 15 vezes. Isso já demonstra bem a qualidade do músico que é”, realça, recordando “uma série de discos incríveis” de Elling, nomeadamente “Dedicated to You: Kurt Elling Sings the Music of Coltrane and Hartman”, de homenagem a John Coltrane e Johnny Hartma, ou “a participação num disco de Branford Marsalis”.
“É um músico de jazz puro com base muito forte na tradição, no swing, na maneira como sente o tempo, como balança as melodias que faz. Para nós vai ser uma aprendizagem enorme”, admite o maestro, que conseguiu mobilizar Elling para realizar um ‘master class’ em Leiria para “passar um pouco do que ele sabe, uma nova visão do jazz e da maneira como canta”.
Neste regresso de Kurt Elling a Portugal, a OJL quer “criar algo único” para oferecer ao público, já que nas atuações anteriores “ele tocou sempre em quarteto”, recordou.
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