“A comunidade de lojistas, músicos e artistas do centro cultural Stop apresentou hoje à Câmara Municipal do Porto as suas propostas para a reabertura imediata do espaço, bem como as condições que assegurem a sua continuidade, cumprindo a missão de preservar e valorizar a comunidade e o seu espaço físico”, lê-se num comunicado enviado à agência Lusa.
A proposta inclui medidas como a implementação de um sistema de alerta direto para o Regimento de Sapadores Bombeiros do Porto de forma a, lê-se no documento, “garantir uma resposta rápida em caso de emergência”.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Alma Stop, Bruno Costa, acrescentou que a proposta foi enviada à Câmara Municipal do Porto “de manhã e antes de seguir para a Comunicação Social”.
“Estamos agora a aguardar e sempre disponíveis para qualquer novo contributo. Estamos bastante confiantes”, disse Bruno Costa que lidera uma das associações de músicos e lojistas que representa a comunidade do Stop.
Na proposta é referido que “as medidas de primeira intervenção contra incêndio estão completamente operacionalizadas, conforme afirmado pela administração” e é avançado que será promovida a formação em combate a incêndios de primeira intervenção, com especial foco nos funcionários do edifício.
“Também será oferecida a possibilidade de formação voluntária para os restantes membros da comunidade. Durante o período transitório, será assegurada a presença do piquete de bombeiros para pronta assistência em situações de risco”, acrescentam, indo ao encontro de propostas já antes avançadas pela Câmara do Porto.
Os músicos e lojistas pedem à câmara que as medidas extraordinárias de mitigação de risco sejam implementadas no prazo de 15 dias e, relativamente ao horário, dizem aceitar a sua limitação temporária.
Assim, nesse período de 15 dias, na contraproposta pede-se que o acesso a lojas, salas de ensaio e estúdios aconteça das 11 às 23 horas.
E que para cargas e descargas o acesso seja de 24 horas com acompanhamento de um segurança do centro comercial.
“Após este período, propõe-se que o Centro Cultural retome o seu horário normal”, lê-se na síntese da proposta.
Reiterando que “algumas lojas da fachada estão completamente insonorizadas” e que podem ser utilizadas “sem restrições”, o grupo compromete-se “firmemente a fazer cumprir o Regulamento Geral do Ruído, solicitando à CMP que informe a associação Alma Stop de quaisquer queixas, bem como do histórico já existente”.
“Acreditamos genuinamente que esta proposta vai ao encontro das necessidades de todos os utilizadores do Stop, sejam eles músicos, artistas ou lojistas. Acreditamos que vai também ao encontro das preocupações da Câmara Municipal do Porto. Achamos que esta é a solução ideal e um bom equilíbrio entre as duas partes”, disse Bruno Costa.
Questionado sobre a representatividade da Alma Stop, Bruno Costa disse à Lusa que “olhando para documentação preenchida” a associação tem “entre 70 a 80 pessoas” e que nas reuniões que promoveu participaram “muitas mais pessoas não associadas com as quais a associação mantém contacto e das quais tem recebido contributos”.
Mais de uma centena de lojas do centro comercial Stop foram seladas há uma semana pela Polícia Municipal por "falta de licenças de utilização para funcionamento".
Na sexta-feira, o presidente da Câmara, Rui Moreira, admitiu que o espaço poderia reabrir desde que cumpridas medidas de segurança, nomeadamente ter em permanência um carro de bombeiros, com cinco operacionais, mas não mais do que 12 horas.
A autarquia disponibiliza-se a investir em meios de segurança (mangueiras e agulhetas) e dar formação aos utilizadores do espaço para que, em caso de incêndio, saibam como agir, adiantou Rui Moreira.
O administrador do condomínio do Stop, Ferreira da Silva, assinou na segunda-feira o acordo da autarquia que compromete a administração a "adotar e fazer adotar comportamentos de segurança e de medidas de autoproteção e mitigação do risco de incêndio”.
Respeitar e fazer respeitar o horário de 12 horas de funcionamento do Stop, zelar pela correta utilização da instalação elétrica e colaboração com o regimento de sapadores e com a câmara fazem também parte do termo de compromisso e responsabilidade assinado.
Como alternativa ao centro comercial, a câmara apresentou como soluções a escola Pires de Lima ou os últimos pisos do Silo Auto.
Comentários