Os três concertos de Taylor Swift em Viena, na Áustria, foram cancelados depois da polícia ter travado um atentado que estava a ser planeado. A notícia foi confirmada ao final da tarde desta quarta-feira, dia 7 de agosto, e os fãs confessam estar "devastados", mas compreendem a decisão e agradecem às autoridades locais.
Na cidade para assistir a um dos concertos de Taylor Swift, Liliana Pedro conta ao SAPO Mag que se sente "devastada". "No início, pensei que seria uma notícia falsa porque foi partilhada por um grupo de fãs. Depois, quando a Taylor Nation partilhou é que me caiu mesmo a ficha. Em choque. Apesar de estar triste com a situação, acredito que foi pelo melhor", confessa.
"O ambiente está calmo porque a segurança está apertada. Em relação aos fãs, há swifties devastados a ir para casa. As conversas nos cafés são sobre o concerto e o quão a Taylor é importante nas suas vidas", acrescenta a fã portuguesa.
Daria, jovem natural de Viena de 24 anos, conta que soube rapidamente da notícia sobre a detenção dos dois suspeitos."Fiquei chocada e devastada. Ouvi que tinham apanhado dois homens que estavam a planear atacar o concerto, mas não pensei que iram cancelar todos os concertos. Estava há um ano à espera e ansiosa pelo concerto. Não sei quando é que terei novamente uma oportunidade para ver a Taylor", diz ao SAPO Mag.
"Fiquei devastada e com o coração partido. Demorei a aceitar este desgosto e a chegar à conclusão que a nossa segurança é o mais importante", frisa Cooper, de 24 anos, que viajou de Singapura até Viena para ver Taylor Swift. Ao SAPO Mag, a 'swiftie' confessa que os fãs têm celebrado a artista nas ruas: "Passei pelos fãs que estão a cantar na Stephansplatz e foi inesperado. O que se sente na cidade é reconfortante. Vi pessoas com os outfits e com as pulseiras. Estou emocionada por estarmos juntos a celebrar a 'The Eras Tour', apesar dos cancelamentos".
Já Clary Escobedo, de 22 anos, viajou do México até à Áustria. "Estou muito triste com tudo, mas vou tentar aproveitar a minha viagem. Sei que muita gente está triste porque seria a primeira vez que iriam ver um concerto da Taylor, mas felizmente já fui a alguns", conta.
Nas ruas de Viena, os fãs de Taylor Swift têm-se juntado para cantar os temas mais populares da cantora norte-americana, como "Long Live", "All To Well" ou "Cruel Summer".
"É claro que as pessoas estão tristes e chocadas, mas os swifties são tão fortes e queridos. Estão a reunir-se na Stephansplatz e a cantar juntos e a trocar pulseiras. Há uma rua chamada Cornelius Street (como na música 'Cornelia Street') onde se estão a encontrar e é lindo", conta Daria.
"Os fãs estão tristes, não esperavam que isto acontecesse e estão devastados, mas continuam fortes e unidos. É lindo ver todos a trocarem pulseiras da amizade no metro e na rua. Além disso, começaram todos a cantar e foi muito bonito. Mas também foi um pouco assustador ao mesmo tempo, pela segurança", confessa a mexicana Clary Escobedo ao SAPO Mag.
Em Viena, uma igreja decidiu tocar canções de Taylor Swift. O vídeo do momento foi partilhado nas redes sociais e soma centenas de 'gostos' dos fãs.
Já o Albertina Museum decidiu oferecer entradas grátis aos fãs da artista. "Queridos swifties, compreendemos a vossa tristeza (...) Até este domingo, podem visitar o museu gratuitamente. Tudo o que têm de fazer é mostrar o vosso bilhete da Taylor na entrada", revelou a equipa do museu nas redes sociais.
Veja os vídeos:
Jovem planeava "matar um grande número de pessoas"
O jovem de 19 anos detido quarta-feira na Áustria planeava um atentado suicida num dos concertos da cantora norte-americana Taylor Swift em Viena, com o objetivo de "matar um grande número de pessoas", segundo os serviços secretos locais.
Em conferência de imprensa, Omar Haijawi-Pirchner, diretor dos Serviços de Informação (DSN), informou sobre a “confissão completa” do jovem, que “tencionava cometer um atentado com explosivos e armas brancas".
"O seu objetivo era matar-se a si próprio e a um grande número de pessoas, hoje ou amanhã, durante o concerto", acrescentou.
As autoridades encontraram material dos grupos terroristas Estado Islâmico (EI) e Al-Qaida na casa de um dos suspeitos.
O Governo austríaco, através dos ministros da Administração Interna e dos Negócios Estrangeiros, garantiu ter sido “evitada uma tragédia”.
“Uma tragédia foi evitada” nos concertos da cantora norte-americana, mas a situação é “grave”, afirmou o titular da Aministração Interna, Gerhard Karner, informando que o principal suspeito, entre três detidos, confessou os seus planos e tinha muito trabalho avançado no fabrico do explosivo.
O chefe da diplomacia, Karl Nehammer, defendeu na quarta-feira que “a intensa colaboração” entre a polícia e a Direção de Informações e Segurança do Estado, dependente do Ministério do Interior, conseguiu “detetar a tempo” e combater a ameaça.
“A situação em torno do ataque terrorista aparentemente planeado em Viena era muito grave”, sublinhou o diplomata, num comunicado divulgado na rede social X (antigo Twitter).
Na sequência das detenções, Taylor Swift anunciou o cancelamento de três concertos previstos na capital austríaca.
As agências noticiosas divergem no número de detidos no âmbito desta operação, referindo dois jovens de 19 e 17 anos, enquanto a agência noticiosa espanhola EFE já inclui um terceiro menor de 15 anos.
O líder do plano tem 19 anos, enquanto um segundo suspeito de 17 anos tinha sido recentemente contratado para fazer parte da segurança privada do concerto e detido por equipas antiterroristas nas imediações do estádio Ernst Happel e, alegadamente, pretendia facilitar as ações do líder do grupo.
O jovem de 19 anos, detido em Ternitz, a 65 quilómetros de Viena, demitiu-se do seu emprego a 25 de julho e disse que "tinha grandes planos para o futuro", declarou aos jornalistas Franz Ruf, diretor-geral da segurança pública.
"Desde então, tem-se concentrado nos preparativos para um ataque terrorista", acrescentou Ruf, referindo que também foram tomadas medidas para mudar a sua aparência física.
As autoridades indicaram terem sido encontradas nas buscas realizadas várias substâncias, incluindo peróxido de hidrogénio, bem como dispositivos técnicos e materiais de fabrico de bombas.
Também foi apreendida uma sirene da polícia, que se suspeita que seria utilizada para chegar ao local do atentado ou para fugir.
Os detidos estavam concentrados nos planos de ataque desde o final de julho e o líder da célula tinha jurado fidelidade ao grupo terrorista Estado Islâmico.
A operação antiterrorista começou hoje de manhã em Ternitz e durou várias horas, durante as quais um lar de idosos e outros edifícios foram evacuados e foram montados bloqueios de estradas, de acordo com a agência de notícias austríaca APA.
Viena foi alvo de um ataque terrorista em novembro de 2020, no qual morreram quatro pessoas.
Em dezembro, as autoridades detiveram quatro suspeitos de planear um ataque à catedral de Santo Estêvão, no centro da cidade.
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