“Quero oferecer aos fãs o melhor concerto que eu possa fazer, e ‘acabar’, antes desta pausa, em grande. Um Altice Arena com a maior produção que já fiz na minha vida”, disse David Carreira, em entrevista à Lusa, sobre o espetáculo marcado para 11 de maio de 2024 e que marca o arranque da digressão “Última Dança”, que é também o nome de um dos temas que irá integrar o nono álbum do cantor, a ser editado em março.
O cantor contou que já está a começar a trabalhar no espetáculo, “em toda a parte musical”. “Depois vamos trabalhar ‘videowall’ e iluminação, e depois a parte coreográfica. É um trabalho de seis, sete meses. Já temos o desenho do palco, vamos ter público dentro do palco”, revelou.
A “maior produção” que David Carreira já fez irá incluir mais de 30 bailarinos, muitos audiovisuais, com mais de mil máquinas de iluminação em cena e mais de 400 metros quadrados de vídeo, momentos fortes e vários convidados.
O cantor salientou que “foi tudo pensado ao pormenor”, para tentar que qualquer pessoa que vá em 11 de maio à Altice Arena “consiga sentir uma experiência fora do comum”. Além disso, haverá “várias experiências”, entre as quais a possibilidade de se assistir aos ensaios do espetáculo.
O concerto em Lisboa marca o início da digressão que permitirá aos fãs de David Carreira terem uma “Última Dança”, “em grande” com ele, e o cantor com os fãs.
A pausa dos palcos, que o cantor não sabe quanto tempo irá durar, não significa que deixará de se dedicar à música.
“Não vou deixar de fazer música, não vou deixar de lançar música, mas sinto que quero um tempo também para mim, para poder evoluir, poder treinar, fazer outras coisas. E também experienciar o que é estar um ano sem fazer uma 'tour'”, disse, lembrando que desde que começou nestas lides não se passou um ano em que não andasse em digressão.
O tempo que estará fora dos palcos irá permitir-lhe estar mais em estúdio – “já que tenho um 'nove' [nome temporário para o nono álbum de originais] fazer um dez” – e dedicar-se a projetos em televisão.
Gerir uma agenda de concertos, com a recente condição de pai - em janeiro teve um filho com a atriz Carolina Carvalho -, a criação musical e a gravação de programas de televisão – em breve começa a gravar um programa que vai apresentar com a atriz e amiga Kelly Bailey – não tem sido fácil, mas sente-se “abençoado”.
A carreira de David Carreira na música começou com a série da TVI “Morangos com Açúcar”. O cantor, que foi, com Gabriela Barros, protagonista da 8.ª temporada, recordou à Lusa que tudo aconteceu um pouco por acaso, e que até então nunca tinha imaginado vir a ser cantor, embora venha de uma família musical – é filho de Tony e irmão de Mickael Carreira.
Em 2011 editou o álbum de estreia “N.1”. Em março do próximo ano chega o nono, do qual já se conhece o primeiro single, “Menta”, um dueto com o cantor cabo-verdiano Djodje.
Sobre o álbum, David Carreira disse ser “bem diferente” dos que fez até agora, e acredita que “Menta” demonstra isso mesmo.
“A sonoridade [do álbum] é bem diferente. Pop sempre, porque a minha essência sempre foi música pop, mas também com r’n’b, com afro beat, com influências diferentes dos álbuns anteriores”, partilhou.
Em maio deste ano, editou “Oyto”, um álbum que deveria ter saído em 2020, mas acabou por ser adiado. “Entretanto já tinha o álbum 'nove' praticamente fechado”, contou.
Embora inclua uma série de duetos, de artistas de Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Brasil e França, no novo álbum há várias músicas que David Carreira canta sozinho, “que são bastante pessoais”, caso da canção dedicada ao filho Lucas, de “Saudade”, ou de um tema feito para os fãs, “Última Dança”, a ser divulgado em 06 de outubro.
“Nunca tinha feito uma música para os meus fãs, e eles pediam várias vezes nas sessões de autógrafos depois dos concertos. É uma música muito pessoal, que fala do amor que tenho por eles. Quando começas a ouvir achas que estou a falar de uma relação amorosa, mas depois percebes que é uma relação de carinho especial entre mim e as pessoas que me acompanham, algumas já há 13 anos, outras mais recentemente”, contou.
David Carreira tem uma ligação muito próxima com os fãs, com quem está “sempre a comunicar” através das contas que tem nas redes sociais Instagram, Twitter e Tik Tok, e de um número que tem na rede de mensagens Whatsapp.
Foi para esse número que pediu aos fãs que lhe enviassem fotografias que tiraram juntos, que serviram para compor o seu retrato na capa de “Última Dança”, e que surgem no videoclipe da canção, gravado no Altice Arena.
“Tanto na capa do single, como no vídeo, como na música, a ideia foi que eles estivessem sempre presentes”, disse.
Numa carreira feita de muitas canções em parceria, com artistas como Snoop Dogg, Ludmilla, MC Kevinho ou Nego do Borel, há ainda um dueto por gravar, com a cantora Anitta.
“Andamos a ‘namorar-nos’ há algum tempo já. Trabalhamos com os mesmos produtores, dou-me muito bem com ela e com o irmão dela, estou a fazer uma música com uma artista que faz parte da editora dela, e que vai entrar neste álbum. Já falámos várias vezes fazer música. Ela no Rock in Rio disse, pela primeira vez, que gostava de fazer uma música comigo, e foi aí que a contactei a dizer ‘‘bora fazer a música’. Ainda não aconteceu, mas - quem sabe? – não posso dizer muito mais... Brevemente vai acontecer”, contou.
O cantor salienta a facilidade do digital para se conseguir estabelecer parcerias com outros artistas e para a divulgação da música. No entanto, o novo álbum, à semelhança dos anteriores, terá também uma edição física.
“Lanço sempre um álbum físico, nem que seja para quem gosta de colecionar o objeto. Até estou a pensar fazer vinil para este álbum também”, revelou.
O próximo álbum de David Carreira sairá como independente, através da editora do cantor, a Brainstorm.
“Já era a minha produtora desde o terceiro álbum, mas eu tinha um contrato e licenciamento com a Sony Music”, recordou.
Através da Brainstorm, David Carreira gostava de produzir outros artistas, e acredita que a pausa dos palcos irá permitir-lhe fazê-lo.
“Sempre tive um olhar muito de agente, sempre estive muito envolvido na produção, no marketing, na promoção, nas decisões globais do projeto. É algo que gostava de fazer um dia para outros artistas”, partilhou.
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