"Para uma solução de longo prazo, o Ministério da Cultura, reconhecendo o que toda a gente já reconheceu - o caráter raro e imprescindível do interesse artístico e cultural do Stop - deve assumir como prioridade política a definição de respostas que ajudem aquela comunidade a se manter no seu espaço e encontrar soluções técnicas e financeiras para a sua preservação", afirma hoje, em comunicado, o BE.
Os músicos e lojistas regressam hoje ao centro comercial Stop, depois de a 18 de julho a Polícia Municipal do Porto ter selado mais de uma centena de lojas, estúdios e salas de ensaio por falta de licenças.
Para o BE, "agora é tempo de encontrar soluções", defendendo que são necessárias medidas para quando os bombeiros já não estiverem nas imediações e as restantes medidas de contenção de risco estiverem implementadas.
“No médio prazo, tal como propõe a comunidade, o Stop deverá poder voltar ao seu funcionamento habitual”, acrescenta.
No comunicado o BE esclarece ainda que o grupo parlamentar questionou, na passada sexta-feira, o Ministério da Cultura sobre a disponibilidade para, em conjunto com a Câmara do Porto e os agentes culturais, encontrar soluções técnicas e financeiras para garantir a continuidade do Stop.
Depois do encerramento que deixou quase 500 artistas e lojistas sem ter “para onde ir”, o entendimento entre músicos e a Câmara do Porto consumou-se na quarta-feira, com as duas associações a aceitarem as condições da autarquia para reabrir o Stop.
Músicos e lojistas regressam hoje ao centro comercial que passa a ter em permanência um carro de bombeiros com cinco operacionais.
Para poderem frequentar o espaço em segurança, a maioria dos utilizadores receberá uma formação de quatro horas dada pelos bombeiros.
A reabertura do Stop mantém, no entanto, um caráter temporário até à autarquia perceber se o diagnóstico da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) determinar se o espaço pode funcionar como está, admitiu o presidente da câmara em declarações aos jornalistas.
As medidas propostas pelo município já tinham, entretanto, reunido a anuência da administração do condomínio, que assinou o termo de compromisso e responsabilidade a 24 de julho, dia em que músicos e lojistas reivindicaram, em frente à câmara, o regresso ao espaço.
Como alternativa ao centro comercial, a câmara apresentou como soluções a escola Pires de Lima ou os últimos pisos do Silo Auto.
A possibilidade de os músicos se mudarem “definitiva ou temporariamente” para a escola Pires de Lima mantém-se em cima da mesa, garantiu o presidente da câmara.
Antecipando que a estrutura estará parcialmente concluída até ao final do ano, Rui Moreira, esclareceu que o projeto do ‘campus’ está a avançar e que já conta com o acordo da administração dos Amigos do Coliseu [liderada pelo músico Miguel Guedes], que irá gerir a estrutura.
Para os músicos, tanto o Silo Auto, como a Pires de Lima “carecem de condições para albergar toda a comunidade do Stop”.
Inaugurado em novembro de 1982, o centro comercial Stop funciona há mais de 20 anos como espaço cultural e diversas frações dos seus pisos são usadas como salas de ensaio ou estúdios por vários artistas.
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