Os mais recentes números de bilheteira confirmaram o destino: "X-Men: Fénix Negra" será um dos grandes candidatos à liderança da lista dos maiores fracassos de bilheteira de 2019.
No segundo fim de semana de exibição nas salas de cinema, o filme caiu para 9 milhões de dólares de receitas, perdendo uns astrómicos 73% de espectadores em relação à estreia, que já tinha sido uma desilusão.
Para um filme que terá custado 200 milhões de dólares e precisava de 600 para o estúdio ver lucro, 204 milhões de receitas em todo o mundo (e apenas 51,4 nos EUA) confirmam a despedida sem glória da saga dos mutantes para os próximos anos no cinema (os direitos regressaram à Marvel após a Disney comprar a 20th Century Fox).
A imprensa especializada avançou com várias razões para o desastre: a fadiga dos espectadores com a saga, os problemas nos bastidores que afetaram o projeto e levaram a sucessivos adiamentos da data de estreia (estava marcada para novembro de 2018 antes de passar para fevereiro do ano seguinte e finalmente junho), e o estúdio e a equipa criativa liderada pelo realizador e argumentista Simon Kinberg não terem percebido as lições do que correu mal no filme anterior, "X-Men: Apocalipse" (2017).
Ainda antes de serem conhecidos os últimos números, o principal visado reconheceu que muitas das razões avançadas são válidas, mas coloca a culpa em si, no que é um gesto raro em Hollywood.
"Claramente é um filme que não funcionou com os espectadores que não o viram, não funcionou o suficiente com aqueles que o viram. Portanto, essa responsabilidade é minha", revelou em entrevista divulgada esta segunda-feira no programa The Business, de Kim Masters, jornalista do The Hollywood Reporter.
Simon Kinberg acrescentou que não é penoso refletir tão cedo após o fracasso porque gostou de fazer o filme e as pessoas com quem trabalhou à frente e atrás das câmaras.
Ligado à saga desde o terceiro filme, "X-Men: O Confronto Final" (2006), Kinberg também tira conforto de uma conversa que teve com o realizador Ridley Scott quando trabalharam em "Perdido em Marte" (2015).
Este terá indicado "G.I. Jane", um fracasso comercial de 1997, como o filme preferido em que trabalhou, apesar de não ser considerado um dos seus clássicos, como "Alien", "Blade Runner", "Thelma & Louise", "Gladiador" ou "Cercados".
"Ele disse que era o seu preferido porque foi um grande processo e aprendeu imenso quando o estava a fazer. Pensei muito nisso ao longo dos anos e pensei ainda mais no último fim de semana", reconheceu.
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