O ator e cineasta Welket Bungué vai fazer a estreia guineense de “Tchon di Balanta”, em maio, e apresentará o filme “Memória”, dedicado a Amílcar Cabral e Titina Silá, antiga combatente pela independência da Guiné-Bissau, anunciou a produtora na quinta-feira.
“Tchon di Balanta” foi criado em 2017 no Rio de Janeiro e, depois de ser apresentado em Lisboa, Praia e Berlim, vai estrear-se num formato especial para os guineenses, a 6 de maio, no espaço Gorila.
A obra, que remete para a origem Balanta do ator e realizador, é apresentada como uma "afro-performance", que combina "dança, movimento e musicalidade", para "desbravar o que resta da herança cultural" africana a um "homem pós-moderno europeu-ocidentalizado", segundo a apresentação do espetáculo feita no festival Mindelact, em Cabo Verde, em 2019.
Também no próximo dia 6 de maio, segundo o comunicado da produtora Kussa Productions, os guineenses vão ter oportunidade de assistir a “Mudança”, que Welket Bungué estreou no Festival Internacional de Cinema de Berlim, em 2021, e à apresentação de “Memória”, um novo filme do realizador, em homenagem a Amílcar Cabral e Titina Silá.
"Mudança", que também levou ao festival Porto Post Doc, no ano passado, foi então apresentado como uma “conversa-análise” com a investigadora e ex-deputada independente Joacine Katar Moreira, “em torno da essência dos seus trabalhos”, na perspetiva de “sinais de uma revolução iminente”.
Welket Bungué é um ator e realizador luso-guineense e os seus filmes têm circulado internacionalmente por diversos festivais de cinema, tendo sido distinguido com vários prémios.
Nascido na Guiné-Bissau, em 1988, Welket Bungué cresceu em Portugal, onde se licenciou em Teatro, estudou também no Brasil e fixou-se posteriormente em Berlim. Faz parte das companhias de teatro Rastilho e Homlet, que cofundou, e é membro da Academia Portuguesa de Cinema, desde 2015, e da Academia Alemã, desde 2020.
Tem mais de uma dezena de curtas-metragens enquanto realizador, e trabalha em representação há mais de uma década.
Participou em filmes como "Joaquim", do brasileiro Marcelo Gomes, "Cartas da guerra", de Ivo Ferreira, e "Berlin Alexanderplatz", do realizador alemão Burhan Qurbani, que lhe valeu prémios de representação, em 2020, no Festival Internacional de Cinema de Estocolmo, na Suécia, e no Batumi International ArtHouse Film Festival, na Georgia.
Em maio, o seu nome vai estar em Cannes, como ator do filme "Crimes of the future", do canadiano David Cronenberg, selecionado para a competição oficial do festival, e como coprotagonista de "Mistida", do português Falcão Nhaga, selecionado para o programa La Cinef, dedicado a obras feitas em contexto escolar.
"Crimes of the future", rodado na Grécia, foi apresentado como um 'thriller' de ficção científica que, além de Welket Bungué, conta com outros atores como Viggo Mortensen, Léa Seydoux e Kristen Stewart.
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