A caminho dos
Óscares 2018
É já este domingo que se realiza em Los Angeles mais uma cerimónia dos Globos de Ouro.
Atribuídos pelos cerca de 90 membros da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood, os prémios distinguem o melhor do cinema e televisão do ano passado e o anfitrião que ajudará a manter o ritmo da festa será Seth Meyers.
"A Forma da Água" é o filme mais nomeado, em sete categorias, mais uma do que "The Post" e "Três Cartazes à Beira da Estrada", mas não há favoritos claros. Nos trabalhos para o pequeno ecrã (ou vistos noutros dispositivos), "Big Little Lies" lidera com seis nomeações, seguido pelas quatro de "Feud: Bette and Joan" e as três de "The Handmaid’s Tale", "Fargo" e "This Is Us".
Este ano, os Globos também vão dominar as atenções por razões que pouco têm a ver com qualidade dos nomeados ou o facto de ser a 75ª cerimónia: é o primeiro programa transmitido em direto a nível internacional com Holywood em peso após a onda de escândalos sexuais que a atingiu nos últimos meses.
O SAPO Mag juntou 10 coisas que podemos esperar desta estranha conjuntura.
1. Dress code: Preto
Será uma passadeira vermelha marcada pelo preto. Em solidariedade com o movimento contra o assédio sexual em Hollywood, que agora se chama "Time´s Up", o plano é que as atrizes usem vestidos pretos para enviar uma mensagem de união. Como disse Eva Longoria, "este é um momento de solidariedade, não de moda. Durante anos, promovemos estas cerimónias de prémios como mulheres, com os nossos vestidos e cores e as nossas caras bonitas e o nosso glamour. Desta vez, a indústria não pode esperar que a gente apareça e dê umas voltas. Este momento não é sobre isso". Embora as cores do guarda-roupa masculino sejam tradicionalmente mais limitadas, atores como Dwayne Johnson, Tom Hiddleston e Armie Hammer já anunciaram que farão o mesmo.
2 - Ainda mais segurança
A cerimónia começa às cinco da tarde no Beverly Hilton Hotel de Los Angeles, quando for uma da manhã de segunda-feira em Portugal, onde poderá ser acompanhada na SIC Caras. A duração prevista é de três horas. Não é nada que vá ser visto pelos espectadores em casa, mas citando a quantidade de ataques a eventos no ano passado, desde o atentado bombista no concerto de Ariana Grande ao tiroteio no festival de música country em Las Vegas, só para referir os de entretenimento, a organização já disse que a segurança vai ser ainda mais apertada: mais pessoal, detetores de metais, testes de explosivos e patrulhas de cães fazem parte do plano.
3- Seth Meyers não evitará os temas quentes
O antitrião abordará no seu monólogo de abertura os escândalos sexuais... e a atualidade política da América presidida por Donald Trump. Seth Meyers avisou que pretende abordar o primeiro tema com sinceridade e não poderá evitar o segundo, uma vez que é o próprio presidente que está sempre no centro da atualidade."Felizmente, temos um programa todos as noites que aborda isso", recordou, numa referência à natureza muitas vezes política do seu "talk-show" noturno;
4- O equilíbrio difícil entre as polémicas e as celebrações
Após tratar da parte mais sensível, o objetivo de Seth Meyers é que a cerimónia ajude a celebrar os grandes feitos em cinema e televisão do ano passado: "Sabemos muito bem que assim que eu subir ao palco, as pessoas vão esperar [que eu diga] algo. Vamos tentar tratar disso na parte inicial e depois seguir com aquilo para que a noite foi originalmente planeada, que é festejar o bom trabalho. Vamos a ver se conseguimos equilibrar bem o tom";
5 - Nada de números musicais
Uma coisa que podemos NÃO esperar na cerimónia é um segmento com Seth Meyers a cantar e dançar, como fez Jimmy Fallon o ano passado por causa de "La La Land": "Posso prometer que não haverá números musicais e essa é a minha prenda para a América e o mundo.";
6- Uma arma secreta
Seth Meyers também revelou que as corrosivas Tina Fey e Amy Poehler, amigas de longa data e anteriores anfitriãs dos Globos de Ouro, estão a dar-lhe conselhos sobre o material e pelo menos Amy Poehler fará uma aparição;
7- Apresentadores para quase todos os gostos... e ausências que serão notadas
Indiretamente envolvido nos escândalos sexuais por causa de dois casos de "comportamento inapropriado" resolvidos fora dos tribunais em 2010, Casey Affleck, que ganhou o ano passado com "Manchester By the Sea", não está até agora entre as estrelas anunciadas para apresentar prémios ou segmentos sobre os filmes nomeados. Ryan Gosling, vencedor por "La La Land", e "Viola Davis ("Vedações") também não surgem na lista, mas estarão os anteriores premiados Emma Stone, Isabelle Huppert e Aaron Taylor-Johnson.
Além de Emilia Clarke e Kit Harington de "A Guerra dos Tronos" e as duas "ex-senhoras Pitt", Angelina Jolie e Jennifer Aniston (certamente não juntas em palco), estão ainda confirmados Gal Gadot, Emma Watson, Penélope Cruz, Chris Hemsworth, Helen Mirren, Alicia Vikander, Sharon Stone, Dakota Johnson, Hugh Grant, Sarah Jessica Parker, Seth Rogen, Halle Berry, J. K. Simmons, Édgar Ramírez, Shirley MacLaine, Carol Burnett, Greta Gerwig, Kerry Washington, Christina Hendricks, Neil Patrick Harris, Andy Samberg, Ricky Martin, Kelly Clarkson e Darren Criss;
8 - Prognósticos? Só no fim do jogo...
Se nas categorias de televisão há algumas apostas seguras (Melhor Série em Drama para "The Handmaid’s Tale" e uma "limpeza" da minissérie "Big Little Lies”), nas de cinema reina a incerteza. Nem é certa a vitória de Gary Oldman pela interpretação Winston Churchill em "A Hora Mais Negra", pois ele fez críticas fortes no passado à Associação de Imprensa Estrangeira e tem a forte concorrência do novato Timothée Chalamet ("Chama-me Pelo Teu Nome") e Denzel Washington ("Roman J. Israel, Esq.");
9- No fim ganha a Pixar...
O mais próximo que podemos esperar de um "vencedor garantido" é na categoria de Melhor Filme de Animação: será uma grande surpresa se "The Boss Baby", "Ferdinando", "A Paixão de Van Gogh" ou o praticamente desconhecido "The Breadwinner" ultrapassarem "Coco", a última produção saída da imaginação dos Estúdios Pixar;
10- O momento inspirador da cerimónia...
Há uma vencedora por antecipação: Oprah Winfrey, que vai receber o prémio Cecil B. DeMille, que distingue não tanto a carreira como atriz mas a "individualidade que causou um impacto incrível no mundo do entretenimento". Ela simboliza o melhor da América nestes tempos voláteis do país e podemos esperar um grande e inspirador discurso à volta disso que será visto em direto por milhões de pessoas e fará algumas suspirar outra vez por uma candidatura presidencial para 2020. Como disse Seth Meyers, "ela seria poderosa a ler uma lista telefónica, portanto parto do princípio que será maior do que isso, melhor do que isso.".
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