Antes de Jennifer Lawrence, foi Rebecca Romijn que interpretou Raven/Mística na saga "X-Men": foram quatro filmes e ainda uma participação simbólica num quinto.
Pelo meio... dois realizadores acusados de assédio sexual e comportamentos profissionais pouco apropriados durante as rodagens: a atriz trabalhou com Bryan Singer em "X-Men" (2000), "X-Men 2" (2003) e "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido" (2014), e com Brett Ratner no terceiro filme da saga, "X-Men: O Confronto Final" (2006).
Brett Ratner, também o criador da série "Prison Break" e realizador da trilogia "Hora de Ponta", caiu em desgraça logo na primeira fase da onda de revelações do #MeToo, acusado, entre outros comportamentos, de assédio sexual por sete mulheres, incluindo as atrizes Olivia Munn e Natasha Henstridge.
Já Bryan Singer foi colocado à margem de Hollywood após ser despedido em dezembro de 2017, perto do fim da rodagem de “Bohemian Rhapsody” (2018), alegadamente por causa das suas ausências frequentes.
A reputação sofreu outro golpe com a publicação de uma reportagem em janeiro de 2019 sobre um alegado comportamento predatório com vários jovens, após anos de rumores sobre a sua conduta sexual. Atores como Jennifer Lawrence e Halle Berry também falaram sobre os seus comportamentos incorretos durante a rodagem dos filmes "X-Men".
Rebecca Romijn manteve-se à margem, falando agora das polémicas pela primeira vez, quase seis anos depois do #MeToo.
"Não fiquei feliz ao trabalhar com [Brett Ratner]. Mas ele foi cancelado. Não disse nada em relação ao #MeToo porque tive dois grandes problemas com dois realizadores com quem trabalhei – e ambos já tiveram o que mereciam, sendo um deles o Brett Ratner. Não achei que precisasse dizer qualquer coisa. Sei que as duas pessoas com quem trabalhei colocaram-se a jeito e tiveram o que mereceram. Não preciso dizer mais nada", contou ao jornal britânico The Independent, numa entrevista a pretexto da segunda temporada da série "Star Trek: Strange New Worlds".
Dos dois realizadores, a atriz, também recordada pela série "Betty Feia", diz que Ratner é o único que se sente à vontade para envergonhar publicamente: o outro não se chama Bryan Singer, a quem faz vários elogios.
"Ele é um cineasta fantástico, sabe? Foi incrível vê-lo trabalhar. E tem de se decidir se se quer tentar e separar essas duas situações. Sei que outros atores de 'X-Men' o confrontaram sobre coisas. Mas eu não fazia parte disso. Não estava lá, portanto não posso falar", conta.
E acrescenta: "Houve realmente problemas nas rodagens, testemunhei e ouvi muito sobre eles. E por vezes ele não chegava preparado. Mas ele aparecia e, sem nenhuma preparação, dirigia a cena mais espantosa que conseguia juntar porque era um cineasta fantástico".
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