Em 2004, "Tróia" foi o primeiro filme americano da atriz alemã Diane Kruger em Hollywood e foi um grande acontecimento: não só era uma grande produção de Hollywood como se tratava do papel de Helena, rainha de Esparta, "o rosto que lançou mil navios" após ser raptada por Páris, o príncipe de Tróia.
Passados mais de 18 anos, a atriz recordou o teste "inapropriado e desconfortável" antes de ser escolhida para o elenco de atores liderado por Brad Pitt, Eric Bana e Orlando Bloom do épico histórico de Wolfgang Peterson vagamente inspirado pelo épico de Homero “Ilíada”.
"Sem dúvida que encontrei os Weinsteins deste mundo desde o início", disse à revista Variety sobre a nova série "Swimming with Sharks", onde interpreta uma implacável executiva do mundo do cinema, numa referência ao produtor Harvey Weinstein, condenado a mais de 20 anos de prisão por crimes sexuais.
"Recordo-me de testar para 'Tróia' e ter de ir ao executivo do estúdio a vestir do guarda-roupa [da época]. E sentir-me como carne, olhada de alto a baixo e a perguntar-me 'Porque é que acha que devia ter o papel ?".
"Fui colocada em situações que eram tão inapropriadas e desconfortáveis. Acho que, quando comecei, pareceu que isto era assim. É isto que é Hollywood. Além disso, eu vim da moda e, acreditem, eles têm os seus momentos", acrescentou.
Kruger não revelou o nome do executivo que lhe pediu para ser apresentar em pessoa para o teste.
Muitas pessoas ligadas à indústria do cinema disseram à Variety que não é muito habitual uma estrela ter de se apresentar pessoalmente com o guarda-roupa no escritório de um executivo: é para isso que servem os testes com câmara, analisados mais tarde pelo estúdio e produtores.
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