Os EUA são este ano o país convidado do
Festival Internacional de Animação de Annecy, a decorrer até 11 de Junho, e para celebrar a vitalidade do passado e do presente dos filmes daquele país, o evento decidiu quebrar a tradição de apresentar uma longa-metragem na cerimónia de abertura e optou por uma colecção de curtas-metragens de várias fases da história do cinema. E os novos filmes da Disney, Pixar, Blue Sky e Warner fizeram parte da ementa.
Primeiro, houve lugar à História: foram exibidos
«Flores e Árvores», produzido por
Walt Disney em 1932 (que tem a distinção de ser o primeiro filme em Technicolor de três cores da história do cinema e também primeiro de animação a ganhar um Óscar), um delirante documentário de 1938 feito pelos profissionais da Warner Bros, dois filmes em animação de plasticina (
«Sundae in New York», de 1983, e o oscarizado
«The Great Cognito», de 1982) e o primeiro filme do norte-americano PES,
«Roof Sex», que levou a sala ao delírio com as cenas de sexo entre sofás e cujo vídeo podem ver abaixo.
A seguir, chegaram as estreias, algumas delas europeias, outras mundiais. O primeiro filme já foi visto em Portugal mas não nos EUA:
«A Balada de Nessie», da Disney, é uma deliciosa curta em desenho animado e com texto em rima, com uma recriação deliciosa da origem do Monstro de Loch Ness. Realizado por Stevie Wermers-Skelton e Kevin Deters, antecedeu nas salas a longa-metragem de
«Winnie the Pooh», que estreou no nosso país em Maio mas só chegará aos ecrãs americanos em Julho.
Depois foi projectado em antestreia mundial
«Toy Story: Hawaiian Holiday», uma nova curta-metragem com os heróis de
«Toy Story», que será exibida a anteceder
«Carros 2», com estreia mundial em Julho. Realizado por
Gary Rydstrom (o incontornável mago dos efeitos sonoros que já tinha realizado a curta «Lifted» para a Pixar), o filme é uma sequela a
«Toy Story 3», com Woody, Buzz e os outros bonecos no seu novo quarto de brincadeiras a recriarem umas férias no Hawai para Ken e Barbie. A tónica é essencialmente no humor, mas, para não fugir à tradição da Pixar, continua a haver sempre espaço para a ternura.
A seguir, abriu-se espaço à Warner Bros, com três curtas-metragens para cinema de
Road Runnere do
Coiote, que captam na perfeição o espírito da série original criada por Chuck Jones em 1948. Agora em animação por computador e a três dimensões, os filmes fazem parte uma tentativa de reavivar as personagens clássicas da Warner Bros com toda a irreverência que as caracterizava e que praticamente ninguém conseguiu captar nas últimas décadas. Realizadas por Matt O'Callaghan, estas curtas de cerca de três minutos e meio cada respeitam todas as regras da série original, com o Coiote a confirmar que é a personagem mais sofredora da história do cinema.
«Coyote Falls» (
vídeo abaixo),
«Fur of Flying» e
«Rabid Rider» foram muito elogiados nos EUA, onde estrearam, respetivamente, antes de
«Cães e Gatos: A Vingança de Kitty Galore»,
«A Lenda dos Guardiões» e
«Zé Colmeia», mas, incompreensivelmente, são praticamente desconhecidos na Europa.
O esquilo dentes de sabre popularizado na série
«A Idade do Gelo» também regressou ao cinema em
«Scrat's Continental Crak-Up» (
vídeo abaixo), em antecipação do quarto filme da série,
«Ice Age: Continental Drift», com estreia em Julho de 2012. O filme foi exibido em Portugal em antecipação de
«As Viagens de Gulliver 3D», em Janeiro último.
Finalmente, para encerrar em beleza, foi exibido
«La Luna», uma curta-metragem da Pixar terminada há seis dias, que antecederá nos cinemas o filme
«Brave», a estrear em 2012. Desta feita, trata-se de uma fábula maravilhosa, aparentemente simples e muito poética, sobre um garoto que, numa noite estrelada, segue de barco com o pai e o avô para aprender o ofício da família, intimamente ligado à lua. Realizado por
Enrico Casarosa, «La Luna» tem uma ambiência mais onírica que o habitual na Pixar e o seu encanto não vai deixar ninguém indiferente.
Comentários