Tom Mankiewicz já tinha efectuado há três meses a cirurgia de Whipple para combater o cancro no pâncreas, mas a doença acabaria por vencê-lo. O argumentista faleceu no último Sábado, 31 de Julho, em Los Angeles, aos 68 anos.

Filho do oscarizado realizador e argumentista
Joseph L. Mankiewicz (
«Eva»,
«Carta a Três Mulheres») e sobrinho do também argumentista
Herman J. Mankiewicz (
«Citizen Kane - O Mundo a seus Pés»), Tom estudou na Universidade de Yale e estreou-se no cinema como terceiro assistente de realização de
«Os Comancheros», com
John Wayne, o último filme realizado por
Michael Curtiz.

Dedicou-se de seguida à escrita de argumentos, tanto para o cinema como para o teatro e a televisão. Na sequência do êxito da adaptação ao teatro do filme «Georgy Girl», Mankiewicz foi convidado para renovar a saga 007. Estreou-se na função com
«Os Diamantes são Eternos» (1970), o último filme da série com
Sean Connery, mantendo-se como escriba dos dois seguintes,
«Vive e Deixa Morrer» (1973) e
«O Homem da Pistola Dourada» (1974), ambos já com
Roger Moore. Sem ser creditado, colaborou ainda nos argumentos de
«007 - Agente Irresistível» (1977) e
«007 -Aventura no Espaço» (1979).

Seguiram-se argumentos para
«Cassandra Crossing» e
«O Vôo das Águias», ambos de 1976, antes de ser chamado por
Richard Donner para trabalhar no argumento de
«Super-Homem» e
«Super-Homem II», para limar as arestas de um trabalho por onde já tinham passado nomes como
Mario Puzo e
Robert Benton. O próprio cineasta diria mais tarde que «a concretização do
«Super-Homem» só foi possível porque quando o Tom chegou, ele trouxe com ele o seu sentido de humor e trouxe aquelas personagens à vida».

Mankiewicz escreveu ainda, também para Donner, a fábula medieval
«A Mulher Falcão», mas a sua actividade centrar-se ia cada vez na de «script doctor», ou seja, no melhoramento de argumentos previamente escritos por outros, tarefa na qual se notabilizou após o sucesso de
«O Abismo» (1975), e que efectuou em filmes como
«Jogos de Guerra» (1983),
«Gremlins» (1984),
«Os Goonies» (1985) e
«Batman» (1988).

Em 1987, tentou ainda a sorte como realizador, com a comédia
«Dragnet», com
Dan Aykroyd e
Tom Hanks, que se revelou um sucesso de público, voltando à função com
«Delirious» (1991), que seria um «flop».

Já em 2002, voltou a juntar-se a
Richard Donner para reconstruir a versão que o realizador imaginara para
«Super-Homem II» (1980), filme que se vira impedido de terminar de dirigir ao ser despedido pelos produtores e substituído por
Richard Lester.