O cinema da realizadora portuguesa Teresa Villaverde vai ser mostrado este mês em Serralves, no Porto, numa retrospetiva integral sobre uma cineasta que "nunca deixou de estar atenta à urgência do tempo, contraditório e incómodo".
De acordo com a Fundação de Serralves, a retrospetiva é organizada pelo ensaísta António Preto e decorrerá de 16 a 25 de novembro, com todo o cinema de Teresa Villaverde, entre curtas experimentais, ficção e documentário.
Nascida em Lisboa, em 1966, Teresa Villaverde "pertence ao grupo de cineastas que se afirma em Portugal na década de 1990", contemporânea de nomes como Pedro Costa e João Canijo, mas que "não deixa de ser - pelo seu percurso, ou enquanto mulher realizadora –, um caso à parte", refere a fundação.
Enquadrando esta retrospetiva, o ensaísta António Preto refere, no programa, que Teresa Villaverde "sempre enfrentou, de um modo paradoxal", questões como "a melancolia e a revolta, o sentimento de orfandade, a interrogação de uma juventude inadaptada, a hostilidade do espaço urbano".
O ciclo de cinema arrancará com "Os Mutantes", de 1998, o filme sobre a vida disfuncional de três jovens desajustados da sociedade, protagonizados por Ana Moreira, Alexandre Pinto e Nelson Varela.
Não sendo fixamente cronológica, a retrospetiva dedica os primeiros dias às obras de Teresa Villaverde dos anos 1990, incluindo "A idade maior" (1991) e "Três irmãos" (1994).
No dia 21, no auditório de Serralves serão mostrados a curta experimental "Cold wa(te)r" (2004), que faz parte da antologia europeia "Visões da Europa", e a ficção "Transe", de 2006.
Até ao final do ciclo, serão ainda recordados, entre outros, o documentário "A favor da claridade" (2004), sobre o artista plástico Pedro Cabrita Reis, "Colo", a ficção mais recente, ancorada na atualidade recente de recessão económica, e "O termómetro de Galileu", sobre o realizador italliano Tonino De Bernardi.
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